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Suplicy e Mercadante se recusam a revelar voto sobre a cassação
8 dos 12 senadores do PT se negam a anunciar sua opção, o que pode transformar o partido no "fiel da balança" hoje
No total, 29 parlamentares ouvidos pela Folha se
escudam no sigilo da votação e não dizem o
que vão fazer no plenário
FERNANDA KRAKOVICS
MARIA LUIZA RABELLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na véspera da votação que
vai definir o futuro do presidente do Senado, Renan Calheiros, 41 senadores declararam à Folha que votarão pela
cassação hoje. Para que a perda
do mandato ocorra é preciso o
voto de no mínimo 41 dos 81 senadores -maioria absoluta, independentemente do quórum.
No entanto, como o voto é secreto, são esperadas traições e
mudanças de lado a lado.
Amparados no sigilo do voto,
29 senadores (35% da Casa) se
recusaram a revelar como pretendem se posicionar.
O PT, que sempre defendeu o
voto aberto, tem o maior número de senadores que não revelam a decisão -8 dos 12 petistas na Casa. "A gente não pode prejulgar, tem que ouvir a
defesa até o final", disse Aloizio
Mercadante (PT-SP).
Além dele, não declararam
seus votos os petistas Delcídio
Amaral (MS), Eduardo Suplicy
(SP), Fátima Cleide (RO), Ideli
Salvatti (SC), Serys Slhessarenko (MS), Sibá Machado (AC) e
Tião Viana (AC).
Na enquete, apenas dez senadores saíram em defesa
aberta do presidente do Senado, afirmando que votarão contra o pedido de cassação.
Além da votação ser secreta,
a sessão será realizada a portas
fechadas. A reunião está marcada para começar às 11h.
Suplicy e Planalto
Após ter votado pela cassação em votação aberta no Conselho de Ética, Suplicy afirmou
que pode mudar de opinião se
Renan esclarecer suas dúvidas
no último momento. O conselho aprovou, por 11 a 4, o pedido
de perda do mandato.
Apesar de o Palácio do Planalto preferir a permanência
de Renan no cargo, a líder do
PT, Ideli Salvatti, liberou a bancada. Ela negou, no entanto,
que isso signifique abandono
do aliado. "O papel de líder não
me dá o direito de dizer como
alguém vai julgar", disse ela.
Quatro petistas declararam
que votarão pela cassação: Augusto Botelho (RR), Flávio
Arns (PR), João Pedro (AM) e
Paulo Paim (RS).
A intenção do Planalto é evitar a abertura de uma disputa
pela presidência do Senado, já
que o governo tem uma pequena margem de segurança na
Casa e não possui um candidato forte. Assim, haveria o risco
de o cargo ser ocupado por um
governista independente ou
por um membro da oposição.
Aliado de Renan, o líder do
PMDB, Valdir Raupp (RO),
também não orientou a votação em sua bancada. Ele afirmou que isso seria inócuo porque a votação é secreta e os senadores já estavam com suas
decisões cristalizadas.
O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) ligou ontem
para Renan e informou que votará pela cassação. Ele é aliado
do líder do DEM, José Agripino
(RN), no Estado. A oposição
orientou suas bancadas a votar
pela perda do mandato.
Além de Garibaldi, 4 dos 19
senadores do PMDB declararam que votarão pela cassação
do correligionário.
A oposição está confiante
que o pedido de cassação será
aprovado. Aliados de Renan, no
entanto, apostam nas traições.
Colaboraram a Agência Folha e a Reportagem Local
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