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Lula diz que caso Renan termina hoje no Senado
Em visita à Suécia, presidente desconsidera os outros processos contra o senador
Lula ressaltou também que decisão do Senado não impede que o Ministério Público abra processo, ou que o caso vá ao Supremo
LETÍCIA SANDER
ENVIADA ESPECIAL A ESTOCOLMO
Na véspera da votação que
decidirá o futuro político de
Renan Calheiros (PMDB-AL),
o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva minimizou ontem
eventuais problemas para o governo caso o senador permaneça no comando do Congresso.
Em Estocolmo, segunda etapa de um giro que o levará ainda a dois outros países nórdicos
e à Espanha, Lula disse que o
"momento do Senado" no caso
Renan acaba hoje, dia em que o
plenário vota processo de cassação contra o peemedebista, e
que o veredicto deve ser acatado, "qualquer que seja ele".
"Eu não posso acreditar numa moeda de uma única face.
Quer dizer que se absolver o
Renan vai ter problema e se
condenar não tem problema?",
questionou, em uma breve coletiva de imprensa.
Lula tentou amenizar os reflexos da decisão de hoje sobre
o Palácio do Planalto, sobretudo em termos de votação de interesse do governo no Congresso. Sua posição, ao menos publicamente, também mostrou-se contrária a interpretações
tanto de aliados quanto de oposicionistas, de que mesmo absolvido, Renan pode não ter
força política para continuar
dirigindo a Casa porque teria
dificuldades em pôr fim à crise.
O senador enfrentará pela frente outros três processos por
quebra de decoro - ontem, Lula não mencionou o fato.
Apesar da defesa pública ao
aliado do PMDB, nos bastidores o Planalto dá sinais de que
teme reflexos das investigações
sobre Renan na votação sobre a
CPMF, o imposto do cheque. A
prorrogação, que garante quase
R$ 40 bilhões anuais, é tida como vital para o governo.
Renan é acusado de ter despesas pessoais pagas pelo lobista, seu amigo Cláudio Gontijo,
da Mendes Júnior. É a respeito
desta denúncia que o plenário
do Senado deliberará hoje.
Embora tenha ressaltado que
o desfecho de hoje deve ser visto como uma "decisão soberana
de uma instituição brasileira
chamada Senado Federal", Lula ressaltou que isso não impede que o Ministério Público
abra processo, ou que o caso vá
ao Supremo Tribunal Federal.
"Estou dizendo é que o momento do Senado termina amanhã [hoje]. E na hora que terminar -e diga-se de passagem
que temos votado muita coisa
no Senado-, terminado amanhã [hoje], tem uma pauta para
o Senado votar e vamos continuar trabalhando", afirmou.
Lula disse não ver "nenhum
problema", "nenhum trauma"
no caso. Ele evitou se comprometer quando questionado
qual seria o melhor cenário para o Planalto -Renan ficar ou
permanecer no cargo. "Para o
governo, melhor é que a decisão da instituição seja respeitada, qualquer que seja ela."
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