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DISTRITO FEDERAL
Governador peemedebista, que está envolvido em denúncias de grilagem, pressiona tucano a participar de evento
Roriz exige que Serra suba em seu palanque
RAQUEL ULHÔA
SANDRO LIMA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O candidato governista à Presidência, José Serra (PSDB), foi
"convocado" a participar de um
ato de campanha de um aliado de
primeira hora que se tornou incômodo, o governador do Distrito
Federal, Joaquim Roriz (PMDB).
Envolvido em denúncias de grilagem de terras no DF, Roriz cobrou a presença de Serra no lançamento de sua campanha à reeleição no segundo turno, para
contestar notícias de que o tucano
estaria querendo se distanciar de
políticos envolvidos em escândalos ou situações constrangedoras,
entre eles o peemedebista.
Segundo a Folha apurou, Roriz
tentou falar com Serra desde o
início da manhã, mas só conseguiu contato à tarde. Durante o
dia, o governador do DF ligou várias vezes para o comitê do presidenciável em Brasília, com ameaças veladas de até prejudicar a
campanha de Serra caso ele não
aparecesse.
O comitê acionou os presidentes do PMDB, Michel Temer (SP),
e do PSDB, José Aníbal (SP), para
funcionar como "bombeiros".
Até o ex-ministro Raul Jungmann, que acaba de integrar a articulação política do comitê do
presidenciável em Brasília, atuou
no caso ontem.
Mostrando irritação, Roriz teria
cobrado a presença e o apoio do
tucano e da cúpula política da
campanha presidencial. Em conversa com Temer, por telefone, o
governador disse: "Eu só preciso
dele [Serra] hoje. Depois eu me
garanto sozinho. Do jeito que saiu
no jornal me prejudica".
O evento estava marcado para
as 16h e foi prolongado para
aguardar Serra, que passou o dia
em Belo Horizonte. O ato em Brasília não estava programado na
agenda do presidenciável. Ele
chegou depois das 19h, fez um
discurso relâmpago, de sete minutos, e foi para o Palácio da Alvorada, onde se encontrou com
Fernando Henrique Cardoso.
Disfarçando o constrangimento, Serra disse em seu discurso
que foi "convocado pelo governador". "Estivemos juntos no primeiro turno, estaremos no segundo e vamos ganhar juntos", disse.
Com a passagem de Serra para o
segundo turno das eleições presidenciais e o enfraquecimento da
campanha de Roriz, a situação
entre os dois se inverteu: se antes
era o tucano quem estava de olho
na popularidade do governador,
agora ele é quem busca o apoio.
Roriz foi um dos poucos governadores engajados na campanha
de Serra desde o início do primeiro turno, quando a maioria preferia não colar sua imagem à do tucano, que ia mal nas pesquisas.
Àquela altura, a reeleição de Roriz
no primeiro turno parecia certa.
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