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ACRE
Ronivon Santiago (PPB), terceiro mais bem votado do Estado, é acusado de corrupção eleitoral por tentar comprar votos
Justiça ordena a prisão de deputado eleito
GABRIELA ATHIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O juiz Junior Alberto Ribeiro, titular da 1ª zona eleitoral de Rio
Branco, decretou ontem às 17h30
(19h30 de Brasília) a prisão preventiva do deputado federal eleito
Ronivon Santiago (PPB-AC).
Ronivon, que foi foi o terceiro
deputado federal mais bem votado daquele Estado, é acusado de
corrupção eleitoral por tentativa
de compra de votos.
Ontem de madrugada, por volta
das 1h30 (hora local), o político foi
visto no vôo 2241 da Varig que vai
de Rio Branco a Brasília, com escala em Porto Velho. Ou seja:
quando o mandado de prisão
temporária foi decretado, ele já
estava fora do Acre.
Ronivon, segundo testemunhas, embarcou em Porto Velho
(e não em Rio Branco, que é o local de origem do vôo e onde ele
mora com a família). Vestia camisa branca com listras azuis, calça
jeans, uma pasta tipo presidente
nas mãos e uma pequena mochila
nas costas. O político cumprimentou vários conhecidos de Rio
Branco que estavam no avião.
Informado sobre a presença de
Ronivon no vôo, o promotor eleitoral Oswaldo Lima Neto -que já
contava com o mandado judicial
de prisão para ontem- entrou
em contato com a Procuradoria
Geral da República. Pediu que a
Polícia Federal monitorasse o político à distância, durante sua permanência em Brasília.
Assim que o mandado foi decretado, a Justiça mandou uma
cópia para a sede da PF nos 27 Estados e no Distrito Federal.
Até o fechamento desta edição,
às 20h de ontem, o político ainda
não havia sido preso.
O esquema de aliciamento de
eleitores do político foi revelado
pela Folha na edição do último
dia 4. Com base nas informações
do jornal, a Polícia Federal e o Ministério Público deram início às
investigações.
Anteontem, o Ministério Público Eleitoral havia pedido à Justiça
que decretasse a prisão preventiva
de Ronivon. O juiz eleitoral ainda
aguardou quase 24 horas até determiná-la.
Ontem pela manhã, o juiz mandou um oficial de Justiça à casa de
Ronivon para intimá-lo a depor.
Segundo a Promotoria, o local estava completamente fechado.
Ronivon é alvo de duas ações judiciais: uma cível e outra criminal.
A primeira é uma Investigação Judicial Eleitoral (IJE) que pede a
cassação dos seus direitos políticos. Ou seja, se condenado, ele
perderá o mandato. A segunda,
por corrupção eleitoral, pode lhe
render uma pena de até quatro
anos de reclusão.
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