São Paulo, sábado, 12 de outubro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ACRE

Ronivon Santiago (PPB), terceiro mais bem votado do Estado, é acusado de corrupção eleitoral por tentar comprar votos

Justiça ordena a prisão de deputado eleito

GABRIELA ATHIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O juiz Junior Alberto Ribeiro, titular da 1ª zona eleitoral de Rio Branco, decretou ontem às 17h30 (19h30 de Brasília) a prisão preventiva do deputado federal eleito Ronivon Santiago (PPB-AC).
Ronivon, que foi foi o terceiro deputado federal mais bem votado daquele Estado, é acusado de corrupção eleitoral por tentativa de compra de votos.
Ontem de madrugada, por volta das 1h30 (hora local), o político foi visto no vôo 2241 da Varig que vai de Rio Branco a Brasília, com escala em Porto Velho. Ou seja: quando o mandado de prisão temporária foi decretado, ele já estava fora do Acre.
Ronivon, segundo testemunhas, embarcou em Porto Velho (e não em Rio Branco, que é o local de origem do vôo e onde ele mora com a família). Vestia camisa branca com listras azuis, calça jeans, uma pasta tipo presidente nas mãos e uma pequena mochila nas costas. O político cumprimentou vários conhecidos de Rio Branco que estavam no avião.
Informado sobre a presença de Ronivon no vôo, o promotor eleitoral Oswaldo Lima Neto -que já contava com o mandado judicial de prisão para ontem- entrou em contato com a Procuradoria Geral da República. Pediu que a Polícia Federal monitorasse o político à distância, durante sua permanência em Brasília.
Assim que o mandado foi decretado, a Justiça mandou uma cópia para a sede da PF nos 27 Estados e no Distrito Federal.
Até o fechamento desta edição, às 20h de ontem, o político ainda não havia sido preso.
O esquema de aliciamento de eleitores do político foi revelado pela Folha na edição do último dia 4. Com base nas informações do jornal, a Polícia Federal e o Ministério Público deram início às investigações.
Anteontem, o Ministério Público Eleitoral havia pedido à Justiça que decretasse a prisão preventiva de Ronivon. O juiz eleitoral ainda aguardou quase 24 horas até determiná-la.
Ontem pela manhã, o juiz mandou um oficial de Justiça à casa de Ronivon para intimá-lo a depor. Segundo a Promotoria, o local estava completamente fechado.
Ronivon é alvo de duas ações judiciais: uma cível e outra criminal. A primeira é uma Investigação Judicial Eleitoral (IJE) que pede a cassação dos seus direitos políticos. Ou seja, se condenado, ele perderá o mandato. A segunda, por corrupção eleitoral, pode lhe render uma pena de até quatro anos de reclusão.


Texto Anterior: Gravação levanta suspeita contra peemedebista
Próximo Texto: Ceará: PMDB anuncia apoio a petista contra tucano
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.