São Paulo, sexta-feira, 12 de outubro de 2007

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1ª missão é pacificar Senado, diz petista

Segundo Tião Viana, presidente interino da Casa, Renan disse-lhe que licença é pelo distensionamento das relações

Senador petista afirma que quer encontro com líderes partidários na próxima semana, para depois se reunir com a Mesa Diretora

VERA MAGALHÃES
DO PAINEL, EM BRASÍLIA

O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), disse que sua "primeira missão" no cargo será trabalhar para "pacificar" a Casa. Ele recebeu um telefonema de Renan Calheiros (PMDB-AL) uma hora e meia antes do anúncio oficial da licença de 45 dias do peemedebista. Do Acre, onde se encontra desde terça-feira, ouviu de Renan que faria um gesto pelo "distensionamento" das relações no Senado. Tião falou à Folha logo em seguida ao pronunciamento de Renan. Disse que pretende reunir os líderes já no início da semana e que definirá procedimentos para a retomada dos "trabalhos legislativos".

 

FOLHA - O sr. foi informado quando da decisão de Renan Calheiros de se licenciar da presidência?
TIÃO VIANA -
Sim, o presidente Renan me telefonou e informou que tomaria essa atitude pelo distensionamento da Casa. Eu respondi a ele que esperava que todos os partidos colaborassem para que a gente retome a normalidade das relações no Senado.

FOLHA - O sr. encara a sua nova condição de presidente como algo transitório ou definitivo?
VIANA -
Em qualquer situação é algo transitório, não tenho a menor dúvida. Mesmo porque o regimento prevê que, ainda em caso de vacância do cargo, haja nova eleição.

FOLHA - Qual será seu primeiro ato na presidência?
VIANA -
Meu primeiro ato será chamar os líderes para discutir e firmar procedimentos a favor da instituição. Temos de acordar regras de procedimento para que se crie um ambiente pacífico para a condução do processo legislativo.

FOLHA - Esses procedimentos dizem respeito aos processos contra Renan Calheiros ou a outros projetos também?
VIANA -
A todos os projetos. Para tudo que seja do interesse da sociedade. Quanto aos processos contra o presidente Renan, temos de garantir que haja transparência e que tudo se defina dentro das normas legais, do direito à defesa e num trâmite normal.

FOLHA - A quinta representação contra ele está com a Mesa, para ser enviada ao Conselho de Ética.
VIANA -
Vou reunir a Mesa Diretora logo após firmar os acordos com os líderes partidários. Uma coisa eu garanto: nada ficará sobre a Mesa.

FOLHA - O sr. acha que a licença de Renan favorece a votação da CPMF?
VIANA -
Eu acho que não devemos contaminar a CPMF com essa situação. É melhor deixar cada coisa em seu lugar.


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