|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Entidades vão promover show no Anhangabaú pelo fim da CPMF
Expectativa é reunir 2 milhões; dupla Zezé di Camargo e Luciano é esperada
LEANDRO BEGUOCI
DA REPORTAGEM LOCAL
As entidades contra a CPMF,
Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) à
frente, resolveram usar uma
nova arma contra o tributo: um
show musical.
O "Tributo contra o Tributo"
acontecerá no dia 16, às 17h30,
no Vale do Anhangabaú, na capital paulista. Pretende reunir
2 milhões de pessoas no local e
arredores (já que essa quantia
não cabe no vale). O objetivo é
mostrar que a contribuição sobre movimentação financeira
pesa mais no bolso dos pobres
do que no dos ricos, tirando o
caráter empresarial que até
agora acompanhou os protestos contra o tributo.
Segundo a organização do
evento, os sertanejos Zezé di
Camargo e Luciano, a banda
pop KLB, o rapper Gabriel, O
Pensador, e as bandas de rock
CPM 22, Fresno e NX Zero são
esperados no palco e devem
cantar, sem cobrar cachê, contra a CPMF. Normalmente, Zezé di Camargo e Luciano pedem cerca de R$ 120 mil por
um show comercial.
Quem organiza o ato é a
Frente Nacional da Nova Geração, uma cesta de entidades
que reúne jovens empresários e
profissionais liberais, cujo líder
é Ronaldo Koloszuk, 30, diretor
titular do Comitê de Jovens
Empreendedores da Fiesp. Ele
também foi um dos responsáveis pelo "Cansei", movimento
surgido após o acidente com o
avião da TAM, em julho, cujo
objetivo era protestar contra
carga tributária e bala perdida.
Koloszuk explica que a idéia
do show veio de dois integrantes da Frente, Denilson Shikako, membro da ONG Fábrica de
Criatividade, no Capão Redondo (zona sul de SP), e Sergio
Morisson, da entidade Rir para
Não Chorar, que distribuiu narizes de palhaço a passageiros
durante a crise aérea. Os dois
são definidos por Koloszuk como membros do movimento
social. "Eles detectaram para a
gente que na zona sul, no Capão
Redondo, muitos jovens não
sabiam o que era a CPMF", afirma o jovem empresário.
"Um advogado gasta cinco
dias por ano para pagar a
CPMF, mas o motorista de taxi,
por exemplo, gasta nove. Por
quê? Porque quando você está
fazendo o pão, preparando a
terra, já pagou CPMF, colocou
adubo, vai plantar a muda, já
pagou CPMF, vai colher, já pagou CPMF, lanche da padaria,
já pagou CPMF. No final, está
tudo embutido no pão", disse.
O custo do evento, segundo a
organização, será de R$ 300
mil. As despesas serão pagas
pelos jovens empresários e pelas entidades que os apóiam,
como a Fiesp e a Associação
Comercial de São Paulo.
O valor custeará, entre outros, o aluguel de 20 toneladas
de equipamentos e 250 seguranças, além da taxa à prefeitura pelo uso do Anhangabau. Segundo a organização, o protesto não é contra o governo e não
serão permitidas faixas e cartazes que partidarizem o ato.
Apesar disso, o governo Lula levou uma alfinetada de Koloszuk pelas ameaças de aumentar
tributos se a CPMF acabar.
"O governo sente que está
perdendo esta guerra", disse
Koloszuk. "Se a votação fosse
hoje, tenho certeza absoluta
que a gente venceria e a CPMF
cairia. Isso é conversa de desespero e chantagem."
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Frase Índice
|