São Paulo, sexta-feira, 12 de outubro de 2007

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Entidades vão promover show no Anhangabaú pelo fim da CPMF

Expectativa é reunir 2 milhões; dupla Zezé di Camargo e Luciano é esperada

LEANDRO BEGUOCI
DA REPORTAGEM LOCAL

As entidades contra a CPMF, Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) à frente, resolveram usar uma nova arma contra o tributo: um show musical.
O "Tributo contra o Tributo" acontecerá no dia 16, às 17h30, no Vale do Anhangabaú, na capital paulista. Pretende reunir 2 milhões de pessoas no local e arredores (já que essa quantia não cabe no vale). O objetivo é mostrar que a contribuição sobre movimentação financeira pesa mais no bolso dos pobres do que no dos ricos, tirando o caráter empresarial que até agora acompanhou os protestos contra o tributo.
Segundo a organização do evento, os sertanejos Zezé di Camargo e Luciano, a banda pop KLB, o rapper Gabriel, O Pensador, e as bandas de rock CPM 22, Fresno e NX Zero são esperados no palco e devem cantar, sem cobrar cachê, contra a CPMF. Normalmente, Zezé di Camargo e Luciano pedem cerca de R$ 120 mil por um show comercial.
Quem organiza o ato é a Frente Nacional da Nova Geração, uma cesta de entidades que reúne jovens empresários e profissionais liberais, cujo líder é Ronaldo Koloszuk, 30, diretor titular do Comitê de Jovens Empreendedores da Fiesp. Ele também foi um dos responsáveis pelo "Cansei", movimento surgido após o acidente com o avião da TAM, em julho, cujo objetivo era protestar contra carga tributária e bala perdida.
Koloszuk explica que a idéia do show veio de dois integrantes da Frente, Denilson Shikako, membro da ONG Fábrica de Criatividade, no Capão Redondo (zona sul de SP), e Sergio Morisson, da entidade Rir para Não Chorar, que distribuiu narizes de palhaço a passageiros durante a crise aérea. Os dois são definidos por Koloszuk como membros do movimento social. "Eles detectaram para a gente que na zona sul, no Capão Redondo, muitos jovens não sabiam o que era a CPMF", afirma o jovem empresário.
"Um advogado gasta cinco dias por ano para pagar a CPMF, mas o motorista de taxi, por exemplo, gasta nove. Por quê? Porque quando você está fazendo o pão, preparando a terra, já pagou CPMF, colocou adubo, vai plantar a muda, já pagou CPMF, vai colher, já pagou CPMF, lanche da padaria, já pagou CPMF. No final, está tudo embutido no pão", disse.
O custo do evento, segundo a organização, será de R$ 300 mil. As despesas serão pagas pelos jovens empresários e pelas entidades que os apóiam, como a Fiesp e a Associação Comercial de São Paulo.
O valor custeará, entre outros, o aluguel de 20 toneladas de equipamentos e 250 seguranças, além da taxa à prefeitura pelo uso do Anhangabau. Segundo a organização, o protesto não é contra o governo e não serão permitidas faixas e cartazes que partidarizem o ato. Apesar disso, o governo Lula levou uma alfinetada de Koloszuk pelas ameaças de aumentar tributos se a CPMF acabar.
"O governo sente que está perdendo esta guerra", disse Koloszuk. "Se a votação fosse hoje, tenho certeza absoluta que a gente venceria e a CPMF cairia. Isso é conversa de desespero e chantagem."


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