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ELEIÇÕES 2008 / PELO PAÍS
Menos cidades levam disputa para 2º turno
Só 38% dos grandes municípios terão nova votação; índice é o menor desde 1988, quando a segunda etapa foi instituída
Tentaram a reeleição 20 dos 26 prefeitos das capitais; desses, 12 foram reeleitos no primeiro turno e todos os outros 8 seguem na disputa
EM SÃO PAULO
DO PAINEL
As eleições municipais deste
ano terão no próximo dia 26 o
menor índice de segundos turnos de toda a história.
Nas últimas disputas para as
prefeituras do país, em 1992,
1996, 2000 e 2004, as grandes
cidades assistiram a disputas
acirradas: em média, 60% delas
só souberam o nome do novo
prefeito no segundo turno.
Agora, esse índice desce a 38%.
Instituído pela Constituição
de 1988, o segundo turno está
previsto nas cidades com mais
de 200 mil eleitores, caso nenhum dos candidatos atinja a
maioria dos votos válidos (excluídos brancos e nulos).
Neste ano, apenas 29 das 77
cidades (38%) que se encaixam
nesse perfil terão votação no
próximo dia 26. As outras 48
(62%) já resolveram a disputa
no primeiro turno.
Alguns casos são sintomáticos: Goiânia, Maceió, Santos
(SP), Uberlândia (MG) e Jaboatão dos Guararapes (PE) sempre tiveram segundos turnos
para eleger os seus prefeitos, de
1992 a 2004. Agora, tudo se resolveu na primeira etapa.
"Administrar uma cidade é
como no futebol, tem que ter
trabalho de base. Em Maceió se
revelaram novos jogadores, a
população cansou das figuras
desgastadas", diz Cícero Almeida (PP), reeleito com o maior
índice nas capitais, 81,49%.
Descontado o discurso político, o caso de Maceió é simbólico do que ocorreu: o continuísmo. Nas capitais, 20 dos 26 prefeitos concorreram à reeleição.
Desses, 12 foram reeleitos no
primeiro turno. Todos os outros 8 continuam na disputa.
"Há o caixa da prefeitura, a
máquina. Nesses últimos dois
anos, se você olhar, essas cidades foram bem financeiramente. Isso ajuda bastante o gestor", afirma a cientista política
Maria do Socorro Braga, da
UFSCar (Universidade Federal
de São Carlos).
Tendo como base o total de
municípios do país, a CNM
(Confederação Nacional de
Municípios) afirma que 67%
dos prefeitos que tentaram a
reeleição obtiveram a vitória
no primeiro turno, contra média de 58% em 2000 e 2004.
"Isso mostra que os prefeitos
estão com força. Eles já tinham
uma tendência de se reelegerem. Agora, vencem com mais
facilidade, e no primeiro turno", afirma Argelina Figueiredo, do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de
Janeiro) e do Cebrap (Centro
Brasileiro de Análise e Planejamento).
(RANIER BRAGON E SILVIO NAVARRO)
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