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ELEIÇÕES 2008 / SALVADOR
Ex-governadores da Bahia se unem para vencer PT na capital
"Esta aliança é a forma que encontramos para dar um freio na ânsia do PT de se tornar um partido hegemônico", diz Souto
Além do presidente do DEM no Estado, o prefeito João Henrique tem o apoio de João Durval, César Borges, Nilo Coelho e Lomanto Jr.
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Adversários no passado, cinco ex-governadores da Bahia se
uniram para tentar impedir o
PT de chegar pela primeira vez
à Prefeitura de Salvador. Desde
1985, quando lançou o cientista
político Jorge Almeida, o partido disputou seis eleições -e só
agora, com o deputado federal
Walter Pinheiro, conseguiu
passar para o segundo turno.
"Esta aliança é a forma que
encontramos para dar um freio
na ânsia do PT de se tornar um
partido hegemônico no Estado", disse o ex-governador Paulo Souto. Além de Souto, presidente estadual do DEM,
apóiam o prefeito João Henrique Carneiro (PMDB) os ex-governadores João Durval Carneiro (PDT), César Borges
(PR), Nilo Coelho (PP) e Lomanto Júnior (PMDB).
O PT e o PMDB, que integram a base do presidente Lula
e do governador Jaques Wagner (PT), venceram as disputas
em 177 (42,54%) municípios da
Bahia, de um total de 416 onde
as eleições foram finalizadas
-somente em Salvador acontece o segundo turno: o PMDB
fez 113 prefeituras, e o PT, 64.
Na cidade mais importante
do Estado, desde março passado -quando o PT rompeu com
a atual administração-, os dois
partidos entraram em "guerra".
No primeiro turno, João Henrique e Pinheiro passaram a
maior parte do horário eleitoral
gratuito trocando acusações.
A briga levou o presidente
Lula a não participar da campanha de Salvador no primeiro
turno. Lula também já declarou
que não vai a Salvador no segundo turno e que não vai gravar mensagem de apoio para
nenhum dos dois candidatos.
"Pelo que fez em sua primeira administração, João Henrique é a melhor alternativa para
Salvador", disse o senador João
Durval Carneiro, pai do prefeito. Há dois anos, Carneiro foi
eleito senador pela mesma coligação que levou Jaques Wagner ao governo. Na época, o ex-governador era adversário de
Paulo Souto -que disputou o
governo- e de César Borges,
presidente do PR na Bahia.
Confronto
Ao dar o aval para a parceria
com o DEM em Salvador, o ministro peemedebista Geddel
Vieira Lima (Integração Nacional) tensionou ainda mais as
relações com Wagner. Em público, os dois dizem que nada
abala a aliança PT-PMDB na
Bahia, mas, reservadamente, o
governador critica o ministro
por ter procurado o DEM -seu
maior adversário no Estado-
para se coligar justamente contra um candidato petista.
Presidente da Executiva Estadual do PMDB, Lúcio Vieira
Lima, irmão do ministro, afirmou que os petistas não "têm
moral" para criticar o acordo:
"O PT aceitou o apoio do PSDB,
partido que faz a oposição mais
acirrada ao presidente Lula. E
também aceitou o apoio do
PPS, legenda que não faz parte
da base do governo federal".
Um dos coordenadores da
campanha do PT, o sociólogo
Geraldo Reis afirmou que o
grupo formado pelo PT para
disputar o segundo turno "faz
parte de um mesmo projeto de
construção coletiva".
"Para nós, o que importa é
mostrar aos eleitores que Walter Pinheiro é um privilegiado
porque pode administrar a terceira maior cidade do Brasil ao
lado do presidente Lula e do governador Jaques Wagner."
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