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FAO acha difícil
implementar
"Fome Zero"
MARCIO AITH
DE WASHINGTON
A FAO, organismo das Nações
Unidas para agricultura e alimentação, avaliou ontem que o "Fome
Zero" deve servir como modelo
para outros países da América Latina. No entanto, um dos diretores da entidade disse que o governo Lula terá dificuldades para canalizar dinheiro e esforços públicos para implementar o projeto.
"A grande qualidade do projeto
é que se trata de uma reflexão profunda, que traz para o centro da
administração pública o problema da fome", disse ontem o representante da FAO para a América Latina, Gustavo Gordillo de
Anda. "Mas reconheço que não é
fácil transformar uma reflexão
num programa prioritário de
ação que requer pressão política."
O representante da FAO e o
coordenador do "Fome Zero", José Graziano da Silva, participaram ontem de um seminário sobre segurança alimentar patrocinado pela FAO e realizado no BID
(Banco Interamericano de Desenvolvimento). O "Fome Zero" não
estava no centro do debate, era
apenas um dos diversos projetos.
Após o evento, Graziano disse
que algumas pessoas que criticam
a proposta estão informadas e
bem intencionadas. Na última
quinta, em reunião preparatória
do "pacto social", ele foi repreendido por Lula por ter dito, em resposta a críticas de Zilda Arns, que
há pessoas "que não leram e não
gostaram" do programa.
"Lula está certíssimo. Há pessoas que leram o projeto e que fazem críticas construtivas a ele.
Quando mencionei a existência
de pessoas que não leram o projeto, eu estava me referindo aos jornalistas da Folha. Principalmente
aos que escrevem nos domingos."
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