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REFORMA MINISTERIAL
Ministro defende nomeação de Eunício e Garibaldi
Dirceu já sugere nomes a Lula para acomodar PMDB
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro José Dirceu (Casa
Civil) tem defendido nas conversas reservadas com o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva sobre reforma ministerial a nomeação
dos peemedebistas Eunício Oliveira (CE) para a pasta das Comunicações e Garibaldi Alves (RN)
para a das Cidades.
Segundo um auxiliar do presidente, Eunício, líder do PMDB na
Câmara dos Deputados, e Garibaldi, senador, são os nomes
"mais fortes no coração de Lula".
O fato de ambos serem do Nordeste atrapalha, mas não impossibilita a nomeação. Lula, porém,
ainda não bateu o martelo.
Eunício é hoje o peemedebista
mais elogiado por Lula. Garibaldi
e Lula se aproximaram no governo FHC, por intermédio de Duda
Mendonça, publicitário do petista, quando Garibaldi era governador do Rio Grande do Norte.
A eventual ida de Eunício para
as Comunicações pode resultar
no deslocamento do titular da
pasta, Miro Teixeira, para o Ministério de Ciência e Tecnologia,
hoje ocupado por Roberto Amaral, do PSB. Nesse caso, Miro se filiaria a outro partido, como o
PSB. Outra hipótese: voltar ao
mandato de deputado federal, caso insista em ficar no PDT.
A saída de Olívio Dutra do Ministério das Cidades dependerá
de o presidente superar sua dificuldade para tirar amigos de postos importantes. Lula gosta dele,
mas tem intimidade para pedir ao
ex-governador gaúcho um sacrifício a fim de abrigar o PMDB.
Eficiência gerencial
Lula tem dito ainda reservadamente que deseja aumentar a "eficiência" do ministério. Há na cúpula do governo o temor de que
depois seja tarde demais para tirar executivos ruins do governo.
Uma idéia é colocar técnicos de
confiança em postos-chave nas
pastas em que o Palácio do Planalto avalia que o respectivo ministro não tem perfil gerencial.
Exemplo: o governo deseja criar
a pasta da Administração, para
cuidar de reformas do funcionalismo público e do patrimônio da
União. A pasta poderia ser chefiada por um político ou um ministro deslocado de outro posto. No
entanto, o secretário-executivo
teria perfil semelhante ao de Míriam Belchior, assessora especial
de Lula que faz avaliações de todo
o ministério. Lula elogia Belchior.
Também seriam reforçadas
pastas de membros de partidos
aliados que não têm mostrado eficiência administrativa. Lula contemplaria o critério político e teria
no segundo escalão pessoas com
capacidade gerencial.
Segundo a Folha apurou, o presidente avalia que áreas de seu governo não têm funcionado. Algumas delas são ocupadas por pessoas indicadas pelos partidos aliados, como Transportes, Esportes
e Ciência e Tecnologia. Outras são
dirigidas por petistas, como Cidades e Assistência Social.
Dirceu disse a dois líderes partidários que espera que Lula tome
todas as decisões sobre a reforma
ministerial até 15 de dezembro.
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