São Paulo, sexta-feira, 12 de novembro de 2004

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Bilateral
Na quarta, último dia de seu descanso em Buenos Aires, o prefeito eleito de São Paulo, José Serra, esteve por mais de hora com o ministro da Economia argentino, Roberto Lavagna.

Cronômetro zerado
A paralisia da Câmara está prestes a provocar situação inédita. Na próxima terça, vence a validade -já computados os 60 dias de prorrogação automática previstos em lei- da primeira das 21 medidas provisórias à espera de votação na Casa.

Só por milagre
Para continuar em vigor, a MP 196, que abre créditos extraordinários aos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, teria de ser votada pela Câmara (onde o PMDB segue em obstrução) e pelo Senado na terça, nada menos que o dia seguinte ao feriado de 15 de novembro.

Vela acesa
Torcida do presidente da Câmara, João Paulo Cunha: "Talvez o fato de a MP 196 perder a validade estimule os deputados a votar". Se isso não acontecer, o Congresso, em 60 dias, editará um decreto legislativo regulamentando os efeitos da medida enquanto esteve em vigor.

Retire a senha
Tem fila no quarto andar do Palácio do Planalto. É formada por emissários dos partidos aliados, interessados na cadeira que Gastão Wagner deixou vaga na secretaria-executiva do Ministério da Saúde. Até o PMDB, que no momento discute se fica ou não no governo, já se habilitou.

Dose única 1
A Casa Civil concluiu as correções na MP que criou índice para corrigir as perdas dos aposentados com o Plano Real. Valores até R$ 260 serão pagos de uma só vez e não mais parcelados em até nove anos, como previa a medida original. Cerca de 62 mil pessoas serão beneficiadas.

Dose única 2
A nova MP também prevê o pagamento do benefício em uma única parcela para aposentados com doenças terminais e para portadores do HIV.

Estaleiro
Uma crise renal tirou temporariamente de combate o secretário particular do presidente Lula, Gilberto Carvalho.

A esfinge
Lula conversou a sós com José Sarney por mais de meia hora na quarta. Não se sabe se o convenceu a desistir da própria reeleição, mas o presidente do Senado saiu bem-humorado do encontro. E nada comentou a respeito.

Gesto nobre
Discurso do Planalto a João Paulo Cunha: o presidente da Câmara sairia por cima se tomasse a iniciativa de propor aos líderes um agenda de votações até fevereiro. Sem a reeleição.

Fogo baixo
Sarney e João Paulo conversaram ontem. Avaliaram que ainda é cedo para tratar de mandar a emenda da reeleição para o espaço. Pretendem esperar pelo menos mais uma semana.

Saia justa
O círculo próximo de Marta Suplicy anda chateado com tucanos envolvidos na transição paulistana. Acusa-os de alimentar picuinhas via imprensa na tentativa de caracterizar má vontade da administração.

Vou de táxi
O mau tempo impediu que Geraldo Alckmin voasse de Campinas, onde cumpria agenda ontem, de volta para São Paulo. Três táxis tiveram de ser chamados para transportar o governador tucano e sua comitiva.

Unidos venceremos
A moda lançada no Congresso pegou. Com três deputados cada, PDT e PV articulam a formação de "bloquinho" na Assembléia paulista para ganhar força na negociação com o governo. Ou com a oposição petista.

TIROTEIO

Do líder da minoria na Câmara, José Thomás Nonô (PFL-AL), sobre o Congresso parado:
-O problema, além do projeto da reeleição e das emendas não-pagas, é o excesso de medidas provisórias. Das 21 que estão na fila, tem até MP para combater gafanhoto na África.

CONTRAPONTO

Aluno aplicado

Eleito deputado estadual do Rio em 1986, Anthony Garotinho, à época no PDT, pediu a assessores de Leonel Brizola uma audiência com o líder do partido, morto neste ano.
Ainda um novato para a cúpula pedetista, Garotinho, que mais tarde se elegeria prefeito de Campos (RJ) e governador do Rio pela sigla, dizia que iria debater com Brizola os rumos do novo trabalhismo, assunto predileto do então governador.
Após alguma insistência, o presidente nacional do partido concordou em receber o jovem deputado estadual em seu apartamento em Copacabana.
Os dois conversaram por horas. Garotinho citou autores de esquerda e ícones do trabalhismo. Quando deixou o apartamento, um assessor comentou:
-Que vigor ideológico!
Ao que Brizola respondeu:
-É, esse Garotinho de criança não tem nada.


Próximo Texto: PT concentra 25% de emendas individuais pagas pelo governo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.