São Paulo, sexta-feira, 12 de novembro de 2004
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SOB PRESSÃO Defensora da ida do PMDB para a oposição, governadora agradeceu presidente por ter pedido estudo à Petrobras no RJ Após criticar governo, Rosinha elogia Lula
GABRIELA WOLTHERS ENVIADA ESPECIAL A PORTO REAL (RJ) Uma das mais agressivas defensoras do rompimento do PMDB com o governo federal, a governadora do Rio, Rosinha Matheus, surpreendeu ontem ao fazer um agradecimento público ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Presidente, eu sei cobrar, mas também sei agradecer", disse ela, explicando que, na última visita de Lula, pediu que ele solicitasse à Petrobras um estudo sobre a viabilidade da construção de uma refinaria ou um pólo petroquímico no norte do Estado. "A Petrobras já começou um estudo na região a pedido do senhor." Lula sorriu e eles trocaram um aperto de mãos. Lula e Rosinha estiveram ontem na fábrica da PSA Peugeot Citröen em Porto Real (sul do RJ) para presenciar o início da produção de um novo modelo de carro. Também foram os ministros Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia). Na visita, Lula e Rosinha mal se falaram. O presidente parou três vezes para falar com os operários da fábrica. Último a discursar, Lula disse que não se estenderia muito por estar um pouco afônico. Ressaltou que, no próximo ano, 500 fábricas no país cederão parte de suas dependências para cursos de formação profissional. "Foi graças ao Senai que eu cheguei aonde cheguei, que eu fugi do salário mínimo", disse Lula. Lula disse que um país precisa oferecer três coisas para atrair investimentos: infra-estrutura, mão-de-obra qualificada e mercado. "Por isso é importante que seja aprovado pelo Senado o projeto das PPPs [parcerias público-privadas], para que o dinheiro que falta ao governo e que muitas vezes está nas mãos da iniciativa privada possa ser utilizado para produzir infra-estrutura." Petrolina Em visita a Petrolina (PE), onde inaugurou a pista de um aeroporto, Lula mandou um recado àqueles que cobram mais ações do governo: "Para governar um país com as dimensões e problemas do Brasil é preciso ter paciência, mas muita paciência, para não permitir que a pressão e a afoiteza de alguns fizessem com que o governo tomasse medidas precipitadas que depois não dessem certo". Colaborou a Agência Folha, em Petrolina Texto Anterior: Leitura oficial: Governo lança no Rio o livro "100 Brasileiros" Próximo Texto: Presidente tenta tirar João Paulo de reeleição Índice |
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