São Paulo, quarta-feira, 12 de novembro de 2008

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Protógenes escolheu suíte 555 de hotel em SP para abrigar QG da Satiagraha

ANA FLOR
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao montar a estrutura em São Paulo para a ofensiva que resultaria na Operação Satiagraha, o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz escolheu a suíte número 555 do hotel São Paulo Inn para servir de base das investigações em São Paulo.
A repetição de números agradara o delegado, segundo um dos gerentes do hotel. Com dois quartos laterais, 554 e 553, que hospedariam quatro agentes do caso, o quartel-general da Satiagraha ocupou, por oito meses, a ala oeste do último andar do hotel.
Segundo funcionários, havia pelo menos quatro anos que o São Paulo Inn era utilizado como QG das operações do delegado na cidade. Foi assim durante investigações que levaram à prisão do ex-prefeito Paulo Maluf e seu filho Flávio, em 2005, e da operação que prendeu Law Kin Chong, em 2004. O local oferece descontos para a PF.
A partir de dezembro de 2007, o quinto andar do prédio de 1926, projetado por Ramos de Azevedo -que assina, entre outros, o Teatro Municipal-, recebeu poucos hóspedes de fora da operação que investigou o banqueiro Daniel Dantas. Nem mesmo faxineiras tinham autorização para entrar nos quartos. A limpeza era sempre feita com a supervisão de um policial.
Um agente permanecia no local para garantir a proteção das informações contidas em documentos, papéis e em três computadores levados pelos policiais. Jamais a chave ficava na recepção.
Protógenes não ficava hospedado no São Paulo Inn, mas no Shelton Inn, nas proximidades. Chegava cedo e subia ao quinto andar, onde às vezes permanecia até a noite. Das janelas do quarto, a vista era o início da rua 25 de Março.
Logo após a operação ser deflagrada, em julho, os apartamentos foram esvaziados.
Apesar de ter sido a mais longa estada de agentes em uma mesma operação, não foi, em número de participantes, a mais movimentada. Segundo um gerente, na operação que levou à prisão de Chong, 80 policiais se hospedaram lá.


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