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"Mensalão foi tentativa de golpe", diz Lula
Presidente insinua suposta armação na aproximação entre PT e Marcos Valério, mas afirma que só falará mais quando deixar cargo
Petista faz críticas à "inveja" de FHC e diz que soube por um interlocutor que a oposição tinha o objetivo de patrocinar seu impeachment
Rede TV/Divulgação
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chora durante a gravação de entrevista à RedeTV! ao falar da morte da sua primeira mulher
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o mensalão
foi uma tentativa de "golpe" da
oposição para derrubá-lo: "Foi
uma tentativa de golpe no governo... Foi a maior armação já
feita contra o governo", disse ao
programa "É Notícia", da RedeTV!, gravado ontem.
Lula disse ter "desconfiança"
da relação entre o PT e o publicitário Marcos Valério, insinuando suposta armação na
aproximação entre o seu partido e o operador do escândalo de
corrupção política que marcou
o primeiro mandato do petista:
"Marcos Valério não vem do
PT, vem de outras campanhas".
Lembrado de que Valério
emprestou dinheiro ao PT, que
o repassou a deputados aliados,
Lula mantém a versão de que o
mensalão não existiu, mas evitou falar mais: "Depois que eu
deixar a Presidência vou querer
me inteirar um pouco mais disso, mas, como presidente, não
posso ficar futucando", disse.
Ele disse que nunca recebeu,
à época do mensalão, em 2005,
uma proposta para desistir de
se candidatar à reeleição ou de
renunciar, mas afirmou que foi
alertado por um interlocutor
de que a oposição queria patrocinar o seu impeachment.
A respeito das críticas recentes do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso em artigo
nos jornais "O Estado de S.
Paulo" e "O Globo", nas quais o
tucano falava em risco de "subperonismo", Lula disse que seu
antecessor é um "poço de mágoas" e que tem "inveja" dele.
Disse que o PSDB não se conforma de um "peão" fazer um
governo melhor que o de FHC.
Disse que imagina ainda ter
uma relação pessoal de amizade com o tucano, mas que politicamente estão estremecidos.
Lula não quis responder diretamente a um comentário do
cantor Caetano Veloso em "O
Estado de S. Paulo" -o de que
Marina Silva "não é analfabeta
como o Lula, que não sabe falar,
é cafona falando, grosseiro".
Lula reagiu com ironia. Disse
que a resposta a Caetano ele dera na noite de anteontem, ao
colocar um CD de Chico Buarque para ouvir. Chico é seu cantor preferido -os atores são
Antonio Fagundes e Fernanda
Montenegro. A cantora, Marisa
Monte. Ao falar do filme preferido, "Cinema Paradiso", brincou: disse que esperava que o
predileto viesse a ser "Lula, o
Filho do Brasil", que terá pré-estreia na semana que vem.
Lula disse que a população
entendeu sua metáfora da necessidade de fazer alianças para
poder governar: "Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão".
O petista disse que a expressão "nunca antes neste país"
não seria injusta com governos
anteriores porque alguns de
seus feitos são inéditos.
No primeiro bloco da entrevista, Lula chorou ao responder
qual havia sido o momento
mais difícil de sua vida antes
das candidaturas presidenciais:
falou que foi a morte da primeira mulher, Lourdes, grávida de
sete meses, em 1971. O presidente disse que talvez exagere
ao lembrar as qualidades de sua
mãe, dona Lindu, mas disse que
se lembrava de modo especial.
A entrevista, concedida ao
repórter especial da Folha
Kennedy Alencar, que também
apresenta o programa semanal
"É Notícia", irá ao ar no domingo às 19h45, na RedeTV!, e será
reprisada após a meia-noite.
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