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AJUSTE
Projeto tentará evitar que cobrança só comece 90 dias após aprovação
Governo quer aprovar a nova CPMF sem carência
DENISE MADUEÑO
LUIZA DAMÉ
da Sucursal de Brasília
Os líderes dos
partidos aliados
ao presidente
Fernando Henrique Cardoso
no Congresso
decidiram tentar acabar com a
exigência de uma carência de 90
dias para que a nova CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) comece a
ser cobrada.
Como a cobrança da atual CPMF
termina no dia 23 de janeiro, o governo perderá arrecadação, se a carência não for eliminada. A União
espera arrecadar R$ 1,2 bilhão por
mês com a nova contribuição.
A proposta será incluída no projeto que está em tramitação no Senado. Os governistas decidiram
iniciar a votação da emenda pelo
Senado para facilitar a aprovação.
Pelo cronograma governista, a
emenda deverá ser aprovada pelos
senadores até 15 de dezembro e pelos deputados até 31 de janeiro.
A proposta dos aliados vai acolher os pontos defendidos pelo governo: o aumento da alíquota de
0,20% para 0,38% e o fim da vinculação dos recursos arrecadados para a área de saúde. Para tentar
cumprir esse calendário, os governistas estão elaborando mudanças no regimento interno da Câmara.
Além de reduzir prazos nas comissões, a proposta acaba com o
DVS (Destaque para Votação em
Separado). O instrumento regimental exige votação de dispositivos de forma separada automaticamente quando apresentado por
bancadas. Normalmente, a oposição usa os destaques para tentar
modificar os projetos do governo.
O projeto também pretende reduzir o tempo de discussão das
propostas no plenário. O tempo
dos líderes para orientar suas bancadas deverá ser proporcional ao
número de deputados do partido.
²
Previdência
Ontem os governistas conseguiram cumprir mais uma etapa do
cronograma de votação do pacote
de ajuste fiscal. O Congresso aprovou 4 das 12 medidas provisórias
relacionadas com a Previdência.
Sem a aprovação das MPs, a reforma não poderá ser promulgada.
A votação da reforma da Previdência era o primeiro ponto do
pacote. A estratégia montada pelos governistas deu certo. Para o
teste, foram escolhidas as quatro
MPs de menor resistência.
A primeira MP aprovada modifica a base de cálculo da contribuição para o PIS (Programa de Integração Social). As empresas podem deduzir de sua receita bruta
os prejuízos e investimentos.
Na segunda votação, os deputados e senadores aprovaram a MP
que permite ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) vender
imóveis e renovar contratos a preços de mercado. Só no Rio, cerca
de 80% de imóveis do órgão estão
ocupados irregularmente.
Também foi aprovada a MP que
trata dos depósitos judiciais e extrajudiciais de tributos e contribuições federais.
Pela MP, os depósitos ficam no
Tesouro Nacional, que poderá fazer uso do dinheiro até que a sentença seja proferida pelo juiz. Se o
depositante for o beneficiado contra União, poderá sacar em 24h.
O Congresso aprovou a MP que
autoriza o advogado-geral da
União a apurar irregularidades no
serviço público mediante solicitação das autarquias e fundações.
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