São Paulo, quarta-feira, 12 de dezembro de 2007 |
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Kassab e Alckmin avisam aliados que vão disputar em SP
"Reeleição é algo que tem de ser considerado com naturalidade", afirma prefeito; concorrer "é um direito dele", diz vice de Serra
CATIA SEABRA DA REPORTAGEM LOCAL O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, admitiu ontem, em discurso, a "intenção de continuar a contribuir" pessoalmente para o que chamou de futuro da cidade. Após listar realizações de sua administração, Kassab concluiu: "Estamos apontando o caminho ideal a ser seguido. É sincera e firme nossa intenção de continuar a contribuir pessoalmente, diretamente, para semear, cultivar e, ao cabo, participar dos festejos da colheita". O discurso foi previamente distribuído pela assessoria de Kassab. Nele, a palavra continuar está em caixa alta. Embora o prefeito tenha minimizado, depois, o impacto do discurso -alegando que poderia contribuir para a cidade como cidadão- o texto foi encarado como um anúncio de sua disposição de concorrer à reeleição. "Ele disse que quer continuar, né? Então, pergunte a ele", esquivou-se de comentar o secretário da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, que representava o governador José Serra na entrega do prêmio "Eminente Engenheiro do Ano", concedido pelo Instituto de Engenharia de São Paulo. Antes de ser homenageado, ao responder se considera a reeleição uma tendência natural, Kassab declarou que "a reeleição é algo que tem de ser considerado com naturalidade, sim". "Vejo com naturalidade que isso seja colocado à mesa de negociação." A divulgação da última pesquisa Datafolha precipitou a disputa, no bloco PSDB-DEM, pelo direito de concorrer à prefeitura. A dez meses da eleição e para desgosto de Serra (PSDB), tucanos dão como certa a candidatura tanto do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) como a de Kassab. Estimulados pelos números, os dois avisaram a aliados que vão concorrer. Alegando que interlocutores de Serra não impõem obstáculos, Kassab diz que não vê constrangimento em enfrentar Alckmin. Na segunda, em entrevista ao "Agora", Kassab admitiu a possibilidade de ruptura da aliança PSDB-DEM. Até então, repetia que a coalizão não seria dissolvida. Ao comentar a pesquisa Datafolha (na qual tem 13% das intenções de voto), ele reconheceu a hipótese de revisão da aliança: "É mais do que natural que a aliança possa continuar na cidade. Porém, o momento de debatê-la é o ano que vem". Para o secretário municipal de Esportes, Walter Feldman, a candidatura de Kassab "é uma tendência natural". A idéia de que a candidatura de Kassab é legítima encontra eco dentro do Palácio dos Bandeirantes. Tucanos ligados a Serra avaliam que é difícil impedir que um prefeito se candidate à reeleição. "É um direito dele", afirma o vice-governador Alberto Goldman (PSDB). Os defensores da candidatura Alckmin reagem. "Respeitamos o direito do prefeito. Mas, para a decisão, devem pesar critérios objetivos, como competitividade. Alckmin é o candidato mais competitivo", disse o deputado Duarte Nogueira. A disputa contraria Serra. Segundo tucanos, ele pediu que adiassem o debate, sob o argumento de que pode prejudicar a administração. Ele reclama da antecipação de um problema. "Temos muito tempo. É desejável um acordo. Se não, teremos que demover alguém dessa idéia [concorrer]. Temos 2010 pela frente", diz Goldman. Texto Anterior: Paraná: Ministério Público denuncia Requião por uso de TV estatal Próximo Texto: Frase Índice |
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