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Suplentes empregam até 25 assessores por um mês
Deputados usam verba de até R$ 50 mil para contratar
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Suplentes de deputados federais que vão exercer mandatos só até o final deste mês estão contratando até 25 funcionários para trabalhar durante o
recesso da Câmara, período em
que a Casa não realiza sessões e
praticamente não funciona.
Neste mês, tomaram posse
22 suplentes. Eles assumiram
os lugares de deputados que foram nomeados secretários de
Estado ou que venceram eleições para governador ou vice.
Dos 22 suplentes que tomaram posse,16 não foram reeleitos e, portanto, não farão parte
da próxima legislatura que terá
início a partir do mês que vem.
Esses deputados vão trabalhar apenas um mês, mas gozarão de todos os direitos de um
parlamentar que atuou durante toda a legislatura. Receberão
um salário de R$ 12,8 mil e terão outros benefícios, como auxílio-moradia, de R$ 3.000.
Podem também gastar até R$
50 mil para a contratação de
pessoal. O dinheiro poderia ser
economizado no recesso, mas
os suplentes que acabaram de
tomar posse não abriram mão.
Grande parte dos suplentes
fez acordo com os titulares e recontratou o pessoal que já atuava no gabinete. É o caso de Fernando William (PSB-RJ), que
assumiu o lugar de Alexandre
Cardoso (PSB-RJ), nomeado
secretário no Rio.
"Sei que, no recesso, não há
muito trabalho, mas não podia
deixar as pessoas fora da folha
de pagamento", disse William.
Acordo parecido fizeram os
tucanos Eduardo Paes e Márcio
Fortes, do Rio de Janeiro. Paes
virou secretário de Turismo no
governo de Sérgio Cabral.
Fortes entrou em seu lugar e
contratou 23 pessoas. Entre
elas, o chefe-de-gabinete de
Paes, André Ricardo de Souza,
28. "Alguém precisa tomar conta do gabinete", disse Folha.
Souza contou que apenas
cinco das 23 pessoas contratadas por Fortes atuam em Brasília. "A maioria fica no Rio, atendendo a eleitores e trabalhando
no escritório do deputado".
Outros suplentes não fizeram acordo com os antecessores e contrataram gente nova.
É o caso do deputado Chico
Sardelli (PV-SP), que assumiu
o lugar de Alberto Goldman
(PSDB-SP), eleito vice-governador de São Paulo. Ele contratou 13 pessoas. Ontem, às 17
horas, a reportagem foi ao gabinete dele. A porta estava trancada, mas, um minuto depois,
chegou a publicitária Liciane
Monteiro, 30. "Eu só vou trabalhar por um mês, mas estou
aqui", afirmou.
No gabinete do deputado
Carlos Lucena (PSDB-CE)
-que assumiu o lugar de José
Chaves (PTB-CE), também havia apenas um funcionário.
"Já trabalhava para o José
Chaves e o Lucena me recontratou para trabalhar só este
mês", disse Elias Rodrigues de
Carvalho, 30. "Neste momento, estou tentando ver a execução de emendas para o deputado Chaves", completou.
A Folha tentou encontrar
funcionários nos gabinetes dos
suplentes Lavoisier Maia (PSB-RN), Luiz Rogério (PSB-RJ),
Pedro Pedrossian (PP-MS),
Wilson Cignachi (PMDB-RS),
José Rajão (PSDB-DF) e José
Fortunatti (PDT-RS).
Em todos, as portas estavam
trancadas e os telefones não
atendiam às ligações da reportagem. O tucano Lavoisier
Maia foi um dos parlamentares
que contratou 25 pessoas.
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