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Ministros de
Lula tentam
impulsionar
apoio a Marta
DA REPORTAGEM LOCAL
A dez meses da eleição, ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva já trabalham
pela candidatura do PT de São
Paulo, numa demonstração de
que a disputa pela prefeitura
extrapola os limites da cidade.
O ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro (PTB) interveio pessoalmente em favor do PT de São Paulo. No Estado, onde o PTB
integra a base aliada do governador José Serra (PSDB), Múcio pediu que os petebistas se
reunissem com emissários da
ministra Marta Suplicy (PT).
A intenção é ao menos impedir que o PTB se alie ao ex-governador Geraldo Alckmin. Em
jogo, o tempo a que os partidos
têm direito em rádio e TV.
Presidente nacional do PDT,
o ministro do Trabalho, Carlos
Lupi, orientou o partido na cidade: nada de alianças com o
prefeito Gilberto Kassab
(DEM). Por determinação da
direção nacional do partido, o
deputado Geraldo Vinholi deverá deixar a secretaria municipal do Trabalho neste mês.
Lupi também recomendou
quando convidado para o pré-lançamento da candidatura à
prefeitura do deputado Paulo
Pereira da Silva, o Paulinho:
"Não vá bater em ninguém".
"Acho que ele se referia a
Marta Suplicy. Ele sabe que não
gosto dela", deduziu Paulinho.
O presidente da Câmara Municipal, Antônio Carlos Rodrigues, reconhece: "Se depender
da torcida do comando do PR,
fecharemos com o PT".
Na cidade, petistas dão como
certa a atuação de integrantes
do governo Lula em benefício
de Marta também nas negociações com PMDB, PV e PSB.
Segundo a avaliação de um
desses ministros, uma derrota
vexatória do partido em São
Paulo poderia ser debitada na
conta de Lula. Marta aparece
nas pesquisas de intenção de
votos disputando a liderança
com o tucano Geraldo Alckmin.
Afirmando ter "uma conversa aberta com Múcio", o ex-prefeito de São Paulo e pré-candidato pelo PP, Paulo Maluf, aposta numa participação significativa do ministro.
"Com certeza, ele vai ter um
papel muito importante na capital. Ele vai agir", disse Maluf,
admitindo a possibilidade de
concorrer à prefeitura: "Time
que não entra em campo não
tem torcida".
Os petistas esperam contar
com o apoio de Brasília numa
difícil negociação com o presidente estadual do PMDB, o ex-governador Orestes Quércia.
Como Quércia resiste a uma
aliança com o PT, a articulação
exigiria esforço de representantes de Lula.
Antes defensor incondicional da candidatura própria,
Quércia já reconhece que, sem
um nome capaz de garantir a
eleição de vereadores, o PMDB
deverá se aliar em São Paulo.
O problema é o nó no PSDB.
"Não se pode fazer aliança só
com uma facção do PSDB. Enquanto não resolver no PSDB
qual vai ser o caminho é difícil o
entendimento."
(CS)
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