São Paulo, domingo, 13 de janeiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ministros de Lula tentam impulsionar apoio a Marta

DA REPORTAGEM LOCAL

A dez meses da eleição, ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva já trabalham pela candidatura do PT de São Paulo, numa demonstração de que a disputa pela prefeitura extrapola os limites da cidade.
O ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro (PTB) interveio pessoalmente em favor do PT de São Paulo. No Estado, onde o PTB integra a base aliada do governador José Serra (PSDB), Múcio pediu que os petebistas se reunissem com emissários da ministra Marta Suplicy (PT).
A intenção é ao menos impedir que o PTB se alie ao ex-governador Geraldo Alckmin. Em jogo, o tempo a que os partidos têm direito em rádio e TV.
Presidente nacional do PDT, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, orientou o partido na cidade: nada de alianças com o prefeito Gilberto Kassab (DEM). Por determinação da direção nacional do partido, o deputado Geraldo Vinholi deverá deixar a secretaria municipal do Trabalho neste mês.
Lupi também recomendou quando convidado para o pré-lançamento da candidatura à prefeitura do deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho: "Não vá bater em ninguém".
"Acho que ele se referia a Marta Suplicy. Ele sabe que não gosto dela", deduziu Paulinho.
O presidente da Câmara Municipal, Antônio Carlos Rodrigues, reconhece: "Se depender da torcida do comando do PR, fecharemos com o PT".
Na cidade, petistas dão como certa a atuação de integrantes do governo Lula em benefício de Marta também nas negociações com PMDB, PV e PSB.
Segundo a avaliação de um desses ministros, uma derrota vexatória do partido em São Paulo poderia ser debitada na conta de Lula. Marta aparece nas pesquisas de intenção de votos disputando a liderança com o tucano Geraldo Alckmin.
Afirmando ter "uma conversa aberta com Múcio", o ex-prefeito de São Paulo e pré-candidato pelo PP, Paulo Maluf, aposta numa participação significativa do ministro.
"Com certeza, ele vai ter um papel muito importante na capital. Ele vai agir", disse Maluf, admitindo a possibilidade de concorrer à prefeitura: "Time que não entra em campo não tem torcida".
Os petistas esperam contar com o apoio de Brasília numa difícil negociação com o presidente estadual do PMDB, o ex-governador Orestes Quércia.
Como Quércia resiste a uma aliança com o PT, a articulação exigiria esforço de representantes de Lula.
Antes defensor incondicional da candidatura própria, Quércia já reconhece que, sem um nome capaz de garantir a eleição de vereadores, o PMDB deverá se aliar em São Paulo.
O problema é o nó no PSDB. "Não se pode fazer aliança só com uma facção do PSDB. Enquanto não resolver no PSDB qual vai ser o caminho é difícil o entendimento." (CS)


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Kassab repete Marta e 100% dos projetos são aprovados
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.