São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 2002

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REVIRAVOLTA NA SUCESSÃO

Ao inaugurar escritório político, presidenciável diz que possível aliança seria "ajuda inesperada"

Ciro admite conversar com o PFL

LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência pelo PPS, disse ontem estar aberto a "conversas", ao se referir à possibilidade, comentada em Brasília, de que o PFL poderá apoiá-lo na eleição.
Na inauguração do escritório político de sua coligação em Brasília, ontem, Ciro disse que o rompimento na base aliada do governo seria uma "ajuda inesperada". Mas fez uma ressalva: novos aliados precisarão passar pelo crivo de Leonel Brizola e do PTB.
Questionado sobre a aproximação com o PFL, caso Roseana Sarney (MA) deixe a disputa presidencial, declarou: "Depois que isso acontecer (a desistência da pefelista), voltamos a conversar".
Aliados de Ciro, no entanto, consideram muito difícil o apoio do PFL ao presidenciável do PPS. Acham que o partido, ao alimentar essa especulação, apenas tenta ganhar tempo. Lá na frente, quando a poeira do caso Roseana abaixar, deverá retomar as conversas com o PSDB de José Serra.
Ontem, Ciro também evitou falar de Roseana. "Não vou tripudiar sobre uma pessoa que está em plena efervescência, sofrendo", disse ele. Para Ciro, Roseana é inocente até que apareça uma "prova definitiva". Até lá, sua candidatura seria legítima.
O pré-candidato não quis falar sobre detalhes da investigação contra a governadora e seus desdobramentos na sucessão. Considerou o assunto "sujo demais" e aproveitou para criticar o senador José Serra, pré-candidato do PSDB à Presidência.
"A máquina do Estado tem se dado ao trabalho de estar depredando biografias e lançando calúnias ou verdades à sua conveniência", declarou.
Ciro também defendeu uma campanha "quente" e "transparente", mas "educada", na qual todas as acusações sejam esclarecidas sem a "chantagem" do uso seletivo de provas de corrupção.

Escritório
Em tom eufórico, o PPS, o PTB e o PDT inauguraram ontem o escritório político e futuro comitê eleitoral de Ciro em Brasília.
Para o deputado federal José Carlos Martinez (PR), presidente do PTB, que alugou escritório, apartamento e carro para o pré-candidato, a aliança sairá do comitê direto para o Planalto.
Os discursos dos líderes da aliança estabeleceram o que deve ser o tom imediato da campanha de Ciro: a consistência de seu currículo e capacidade de agregar política contra a "folha corrida" de outros candidatos que se desgastam com a troca de acusações.
"Nosso candidato não teme dossiês", celebrou Roberto Jefferson, líder do PTB na Câmara.


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