São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 2002

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Leia a seguir nota divulgada por Jorge Murad

Em atenção às notícias veiculadas pela imprensa nos últimos dias, a respeito da apreensão no meu escritório de significativo valor em dinheiro, e em respeito à opinião pública, venho esclarecer o seguinte:
Como é do conhecimento de todos, a governadora Roseana é pré-candidata à Presidência da República. Neste momento, vive o país uma campanha eleitoral de fato. Isso decorre da lei: a filiação partidária um ano antes da eleição; pesquisas eleitorais -cruciais à informação da opinião pública-, depositadas em juízo cinco dias antes da divulgação desde 1º de janeiro de 2002; desincompatibilizações a partir de 5 de abril próximo.
Mas tudo isso se submete à ficção de que a campanha eleitoral só se iniciaria em 6 de julho próximo. Tal fato social não se compreende na lei. A política é o mundo dos fatos reais; a essa realidade, a pré-campanha, não responde a lei. Agi só. Agi por determinação própria. Corri os riscos inerentes à realidade social do país. Assumo a responsabilidade da iniciativa e saio do governo neste momento para evitar maior constrangimento a quem quer que seja.
Assumo, repito, assumo a responsabilidade desse ato, o de ter buscado numerário para fazer face às despesas iniciais e inevitáveis desse momento de pré-campanha. Tal montante, imediatamente após ser recebido, e antes ainda de cumprir o fim a que se destinava, foi apreendido, como é de conhecimento de todos. Quero consignar, profundamente consternado, que amigos das horas difíceis, resolveram interceder por mim, inclusive com exposição pública de versões não autorizadas, causando, nessas pessoas, um constrangimento desnecessário e pelo qual peço desculpas.
A demora na explicação exata dos fatos deve-se única e exclusivamente a uma profunda e compreensível depressão a que fui submetido pela força dos acontecimentos e por saber que, involuntariamente, estava prejudicando um projeto nacional sério e viável. No foro apropriado, detalharei todas as circunstâncias de meu ato.
Por imperativo da verdade submeto esses fatos à opinião pública, com sinceros pedidos de desculpas a todas as pessoas, inclusive à governadora e ao seu partido, mantendo a firme convicção de que nada fiz de ilegal.



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