|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OPERAÇÃO SOCIAL
Buarque quer que valor do Bolsa-Escola, que já atende a 5,5 milhões de famílias, passe a ser de R$ 50
Ministro sugere alternativa ao Fome Zero
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Num momento em que o Fome
Zero volta a receber críticas por
uma suposta demora no atendimento à população de baixa renda, o ministro da Educação, Cristovam Buarque, defendeu ontem
um aumento do valor do Bolsa-Escola e colocou o programa como alternativa para implantar o
que chamou de "Fome Zero já".
"Hoje o Fome Zero é o Cartão-Alimentação de R$ 50 que vai chegando aos poucos às famílias. Se
elevássemos o valor do Bolsa-Escola, custaria apenas a metade do
que pode custar a distribuição de
mais cartões", disse Buarque.
O ministro apresentará hoje ao
presidente Luiz Inácio Lula da Silva a proposta de elevar o valor para R$ 50 por família, o mesmo que
é pago aos beneficiados pelo Cartão-Alimentação.
Esse aumento do Bolsa-Escola
traria resultados semelhantes aos
que o Fome Zero -programa
prioritário do governo- pretende alcançar a médio prazo, quando começar a atender um maior
número de famílias.
Atualmente, apenas mil famílias
de duas cidades do Piauí recebem
o benefício por meio do Cartão-Alimentação. Já o Bolsa-Escola
atende a 5,5 milhões de famílias,
mas a média repassada mensalmente é de R$ 24 por família.
Os beneficiados pelo Bolsa-Escola recebem R$ 15 por criança
matriculada no ensino fundamental, até o limite de R$ 45.
"Erros"
Em entrevista ao "Jornal Nacional", o ministro José Graziano
(Segurança Alimentar), admitiu
erros no Fome Zero.
"Não há por que achar que o
Cristovam esteja disputando espaço comigo. Nós tivemos vários
erros, é verdade, e esses erros todo
mundo está com vontade de acertar. Todo mundo está com pressa.
Mas tem coisas que infelizmente
não podem ser feitas com pressa.
Às vezes você tropeça", disse.
A principal diferença entre os
dois programas é a utilização do
dinheiro: no Bolsa-Escola é decidida pela família e no Fome Zero
os recursos são obrigatoriamente
para a compra de alimentos. Essa
restrição é criticada por integrantes do PT e especialistas.
De acordo com dados do Ministério da Educação, 87% do dinheiro pago pelo Bolsa-Escola é
gasto com a compra de alimentos.
Os recursos para o aumento viriam do próprio Bolsa-Escola,
que no ano passado deixou de
usar R$ 239 milhões do R$ 1,8 bilhão que estava previsto. Neste
ano, haveria R$ 300 milhões do
Orçamento do programa do ministério que não seriam repassados, podendo ser utilizados no
aumento do valor do benefício.
Para isso, o ministro quer mudar a forma de pagamento do Bolsa-Escola -em vez de ser por
criança, passaria a ser por família.
Ele falou ontem da sua proposta
aos prefeitos da 6ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios.
Texto Anterior: Panorâmica - PT x PT: Lula age sob a ótica neoliberal, diz Comparato Próximo Texto: Frase Índice
|