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Maggi quer cinco cargos no governo federal para aliados
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ (MT)
Enquanto o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva não deflagra uma reforma ministerial no
seu segundo mandato, o seu
aliado político, Blairo Maggi, do
PR (Partido da República), governador de Mato Grosso, reivindica cargos.
A maior aposta é ver nomeado seu principal assessor, Luiz
Antônio Pagot, para diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de
Transportes).
Maggi também quer a presidência da Conab (Companhia
Nacional de Abastecimento),
uma diretoria da Eletronorte,
outra do Banco da Amazônia e
a Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura. Para esses cargos, não
fala em nomes.
Pagot, atual secretário estadual da Educação, foi de 1993 a
1999 consultor do grupo André
Maggi, que pertence ao governador, conhecido como o rei da
soja. De 1995 a 2002, era o diretor-superintendente da Hermasa Navegação da Amazônia,
outra empresa de Maggi. Ele
também coordenou a campanha à reeleição do governador.
"Nós reivindicamos o Dnit. É
uma coisa importante para Mato Grosso e o Centro-Oeste em
razão de obras e estradas que a
região precisa", afirmou Maggi,
citando Pagot para o cargo.
"Outro assento que nós pedimos é a Conab, também em razão de muitas coisas do Estado.
Coisas que a Conab determina,
como estoques reguladores de
compra de produtos e leilões."
Maggi argumenta que não
confunde a esfera pública (governo do Estado) e a privada
(suas empresas produtoras de
soja) ao pedir as nomeações.
"Não significa que você quer
colocar alguém para facilitar a
vida de alguém [produtor]. Trata-se de estabelecer regras mais
claras. É mais alguém [no cargo] a ter a visão do Estado produtor e dos produtores dentro
desse processo", afirma o governador sobre a Conab.
Maggi disse ainda que, em
conversa com o PP, decidiu dar
apoio pessoal "à permanência
do secretário-executivo do Ministério da Cidades [Rodrigo
José Pereira] e também do [ministro] Márcio Fortes".
O governador também dá
palpites sobre a reforma ministerial. "O presidente não deve
fazer muitas mudanças. Na verdade, Lula teve a oportunidade
entre as eleições e montou um
ministério mais técnico. Você
deixa de fazer política e passa a
operacionalizar as coisas."
"Você pega o ministro de Minas Energia [Silas Rondeau]. É
ágil, técnico, conhece, sabe
atender. O ministro da Agricultura [Luís Carlos Guedes Pinto] tem feito um bom trabalho.
Tem atendido", disse.
À Folha, Maggi disse que entrou no PR após consultar Lula.
Na semana passada, ele se filiou oficialmente ao partido e
levou cerca de 70 prefeitos.
Antes, o PL -absorvido pelo
PR- tinha o comando "de três
ou quatro" municípios, disse
Maggi. A intenção do governador ao se filiar ao partido era
obter verbas de Lula. Maggi diz
que deu certo.
"Nós estamos perdendo a
metade do que a gente faz nos
fretes. Quanto estivemos com o
Lula em minha fazenda [em
novembro passado], nós tivemos a oportunidade de mostrar no mapa para ele todas as
alternativas rodoviárias, ferroviárias e hidroviárias que o Estado tem. O presidente compreendeu muito bem isso e foi
o que refletiu dentro do PAC
[Programa de Aceleração do
Crescimento]."
Rodovias
As obras em rodovias beneficiam o escoamento da produção de soja do grupo Amaggi em
Mato Grosso. Em 2006, o governo do Estado diz ter investido R$ 700 milhões em estradas
estaduais -ou seja, 3,5 vezes
mais do que nas áreas de educação e saúde juntas.
O governador diz comemorar a inclusão no PAC do asfaltamento da rodovia federal BR-163 até Santarém (PA) e da duplicação da BR-364 entre Rondonópolis (MT) e Cuiabá. Essas
obras estão na área de atividade
do grupo Amaggi.
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