São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 2006

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Para Delcídio, "fica difícil negar" o mensalão com novo relatório

LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Muito criticado pelo PT por ter chancelado a afirmação de que houve mensalão, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) disse que o relatório da Procuradoria Geral da República fortalece sua posição nas investigações da CPI dos Correios e dificulta aos integrantes do partido negar a existência de esquema de compra de votos.
Para Delcídio, o Ministério Público Federal deve avançar agora na apuração da movimentação financeira no exterior relacionada ao "valerioduto" e ao publicitário Duda Mendonça.
 

Folha - O relatório o ajuda a enfrentar pressões no PT?
Delcídio Amaral
- Reforça a maneira como a CPI foi conduzida, dentro do regimento e respaldada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Conseqüentemente, esse desfecho fortalece claramente a minha posição na condução dos trabalhos e na necessidade de buscar a aprovação de um relatório que realmente correspondesse àquilo tudo que foi investigado.

Folha - O fato de a Procuradoria ter feito a denúncia sem esperar a conclusão do relatório da CPI não demonstra que o Ministério Público poderia ter feito tudo sozinho?
Delcídio
- A Procuradoria conseguiu se antecipar porque tem especialistas, tem outros mecanismos que uma CPI não tem, como monitoramento telefônico, delação premiada. Mas a CPI foi fundamental, desde o início compartilhou suas informações sigilosas. Sem a CPI, a Procuradoria não poderia acessar informações que possibilitaram esse primeiro encaminhamento ao STF.

Folha - Após o relatório da Procuradoria, há espaço para o PT continuar a negar o mensalão?
Delcídio
- Mensalão é uma palavra que caiu no gosto popular. O importante é: se você checar determinados eventos e os saques, vai ver que há uma clara coincidência. Está comprovado ao longo das investigações. Agora, com os relatórios da CPI e da Procuradoria, fica difícil negar isso.


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