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Para Delcídio, "fica difícil negar"
o mensalão com novo relatório
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Muito criticado pelo PT por ter
chancelado a afirmação de que
houve mensalão, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) disse que o
relatório da Procuradoria Geral
da República fortalece sua posição nas investigações da CPI dos
Correios e dificulta aos integrantes do partido negar a existência
de esquema de compra de votos.
Para Delcídio, o Ministério Público Federal deve avançar agora
na apuração da movimentação financeira no exterior relacionada
ao "valerioduto" e ao publicitário
Duda Mendonça.
Folha - O relatório o ajuda a enfrentar pressões no PT?
Delcídio Amaral - Reforça a maneira como a CPI foi conduzida,
dentro do regimento e respaldada
pela Comissão de Constituição e
Justiça do Senado. Conseqüentemente, esse desfecho fortalece claramente a minha posição na condução dos trabalhos e na necessidade de buscar a aprovação de
um relatório que realmente correspondesse àquilo tudo que foi
investigado.
Folha - O fato de a Procuradoria
ter feito a denúncia sem esperar a
conclusão do relatório da CPI não
demonstra que o Ministério Público poderia ter feito tudo sozinho?
Delcídio - A Procuradoria conseguiu se antecipar porque tem
especialistas, tem outros mecanismos que uma CPI não tem, como
monitoramento telefônico, delação premiada. Mas a CPI foi fundamental, desde o início compartilhou suas informações sigilosas.
Sem a CPI, a Procuradoria não
poderia acessar informações que
possibilitaram esse primeiro encaminhamento ao STF.
Folha - Após o relatório da Procuradoria, há espaço para o PT continuar a negar o mensalão?
Delcídio - Mensalão é uma palavra que caiu no gosto popular. O
importante é: se você checar determinados eventos e os saques,
vai ver que há uma clara coincidência. Está comprovado ao longo das investigações. Agora, com
os relatórios da CPI e da Procuradoria, fica difícil negar isso.
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