São Paulo, domingo, 13 de abril de 2008

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DEM busca sobreviver entre partidos grandes

SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dois anos depois de amargar dura derrota nas urnas, que acarretou uma refundação da sigla, com menos dinheiro em caixa e órfão do chamado "carlismo", o DEM (ex-PFL) enfrentará as eleições municipais deste ano como um teste decisivo para sua sobrevivência entre os partidos de peso.
A eleição de 2008 retrata o isolamento do DEM como frente de centro-direita no país, numa disputa de eleitorado com o PSDB, até então seu principal aliado de chapa e parceiro na oposição desde o fim do governo FHC (1995-2002).
A tarefa, como admitem os líderes da sigla, será árdua. Das 100 maiores cidades do país, o DEM administra hoje só 5 -São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Blumenau (SC), Caruaru (PE) e Feira de Santana (BA)-, sendo que só Gilberto Kassab (São Paulo) e João Paulo Kleinübing (Blumenau) podem tentar a reeleição.
As dificuldades do DEM começaram em 2004, quando conseguiu eleger só 6 prefeitos no rol dos 100 principais municípios. Desde então, perdeu dois -São Gonçalo (RJ) e Aparecida de Goiânia (GO). A contrapartida foi a capital paulista, quando Kassab herdou o cargo de José Serra (PSDB).
Na eleição de 2000, o DEM elegeu 14 prefeitos nas maiores cidades. Em 1996, foram 13.
A avaliação na cúpula do partido é que eventuais vitórias em cidades importantes poderiam servir de alento, já que a sigla não conta com o suporte da máquina estadual devido ao fiasco na eleição de 2006 -só elegeu José Roberto Arruda no DF.
No Congresso, também houve retração: a sigla tem hoje 58 das 513 vagas na Câmara, embora tenha eleito 65 deputados. Em 2002, elegeu 84 e, quatro anos antes, ainda na gestão FHC, era a maior bancada da Casa, com 105 parlamentares. O Senado segue como principal trincheira, com 14 cadeiras das 81. Devido à desidratação na Câmara, o DEM perdeu 3% em recursos do fundo partidário.
A eleição também serve como teste à nova geração do partido, que assumiu o comando após a transformação em DEM. "É um projeto de médio e longo prazo", diz o presidente da sigla, deputado Rodrigo Maia.
Para tentar reverter o cenário, o DEM se concentra em oito cidades: São Paulo, Belém, Florianópolis, Fortaleza, Recife, Palmas, Rio e Salvador. Mas, em quase todas, terá como adversário o próprio PSDB.


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