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DEM busca sobreviver entre partidos grandes
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Dois anos depois de amargar
dura derrota nas urnas, que
acarretou uma refundação da
sigla, com menos dinheiro em
caixa e órfão do chamado "carlismo", o DEM (ex-PFL) enfrentará as eleições municipais
deste ano como um teste decisivo para sua sobrevivência entre os partidos de peso.
A eleição de 2008 retrata o
isolamento do DEM como
frente de centro-direita no
país, numa disputa de eleitorado com o PSDB, até então seu
principal aliado de chapa e parceiro na oposição desde o fim
do governo FHC (1995-2002).
A tarefa, como admitem os líderes da sigla, será árdua. Das
100 maiores cidades do país, o
DEM administra hoje só 5
-São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Blumenau (SC), Caruaru (PE) e Feira de Santana
(BA)-, sendo que só Gilberto
Kassab (São Paulo) e João Paulo Kleinübing (Blumenau) podem tentar a reeleição.
As dificuldades do DEM começaram em 2004, quando
conseguiu eleger só 6 prefeitos
no rol dos 100 principais municípios. Desde então, perdeu
dois -São Gonçalo (RJ) e Aparecida de Goiânia (GO). A contrapartida foi a capital paulista,
quando Kassab herdou o cargo
de José Serra (PSDB).
Na eleição de 2000, o DEM
elegeu 14 prefeitos nas maiores
cidades. Em 1996, foram 13.
A avaliação na cúpula do partido é que eventuais vitórias em
cidades importantes poderiam
servir de alento, já que a sigla
não conta com o suporte da máquina estadual devido ao fiasco
na eleição de 2006 -só elegeu
José Roberto Arruda no DF.
No Congresso, também houve retração: a sigla tem hoje 58
das 513 vagas na Câmara, embora tenha eleito 65 deputados.
Em 2002, elegeu 84 e, quatro
anos antes, ainda na gestão
FHC, era a maior bancada da
Casa, com 105 parlamentares.
O Senado segue como principal
trincheira, com 14 cadeiras das
81. Devido à desidratação na
Câmara, o DEM perdeu 3% em
recursos do fundo partidário.
A eleição também serve como teste à nova geração do partido, que assumiu o comando
após a transformação em DEM.
"É um projeto de médio e longo
prazo", diz o presidente da sigla, deputado Rodrigo Maia.
Para tentar reverter o cenário, o DEM se concentra em oito cidades: São Paulo, Belém,
Florianópolis, Fortaleza, Recife, Palmas, Rio e Salvador. Mas,
em quase todas, terá como adversário o próprio PSDB.
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