ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PSDB vai cobrar explicações da Receita Federal sobre a informação de que o PT foi multado em só R$ 2 milhões por "falhas na escrituração contábil" entre 2002 e 2005, numa investigação que não considerou irregulares os "empréstimos" do partido com os bancos Rural e BMG.
Acusado de sonegar impostos e fraudar notas fiscais, o PSDB foi multado em R$ 7 milhões. No texto, os auditores fizeram referência à campanha de José Serra à Presidência em 2002. A PF instaurou nesta semana inquérito sobre o caso.
O STF (Supremo Tribunal Federal) acusa o PT de ter simulado os empréstimos para lavar dinheiro destinado ao caixa dois do partido, no escândalo do mensalão.
Reportagens do jornal "O Estado de São Paulo" e da revista "Época" deste sábado noticiaram, porém, que a Receita aceitou argumento do PT de que os empréstimos serviram para "incrementar o capital de giro do partido" e aplicou a multa por considerar que a sigla não contabilizou gastos de mais de R$ 3 milhões entre 2002 e 2005. Como o PSDB, o partido perdeu a imunidade fiscal.
Entre as irregularidades, segundo a "Época", estão a compra, por R$ 1 milhão, de camisetas de campanha da Coteminas, empresa do vice-presidente José Alencar, juros de R$ 351 mil pagos por Marcos Valério ao BMG e gastos com advogados.
Os tucanos acusam a Receita de agir politicamente. "O PT foi fiscalizado pelo mensalão. Foi por conta dessa denúncia que a Receita resolveu fiscalizar todos os partidos. Depois de uma longa pesquisa, concluiu que o mensalão não existiu do ponto de vista fiscal?", ironizou o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
A Receita não confirma os valores das multas por serem informações sigilosas. Por sua assessoria, informou que abriu sindicância para investigar o vazamento dos dados. A assessoria do PT disse que o partido não se manifestaria pelo mesmo motivo.


Texto Anterior: Norma do TSE põe em risco candidatura de Marta em SP
Próximo Texto: Alunos da UnB impõem ritmo em reitoria
Índice