São Paulo, terça-feira, 13 de abril de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsonsa@uol.com.br

China & EUA

chinidaily.com.cn
Hu Jintao e Obana na home do "China Daily", que não citou o acordo. Depois o americano se deixou fotografar com Lula e outros

A Casa Branca, destacou o "Financial Times", "estava nervosa com a perspectiva de Hu Jintao se ausentar do show nuclear de Obama". Mas dias atrás, postou a "Economist", "a decisão" de adiar a retaliação à moeda da China "assegurou a presença do presidente chinês na cúpula em Washington".
Ele foi e ontem, na manchete on-line do "New York Times" à noite, "EUA dizem que a China vai defender sanções contra o Irã". Segundo assessores de Obama, "os dois concordaram" e se espera "uma resolução em semanas", da ONU. "Wall Street Journal" e outros foram menos afirmativos, na notícia.
O "NYT" registrou ainda que Obama e Hu "discutiram a questão delicada do valor do yuan", mas não informou se chegaram a um acordo.

ÍNDIA VS. PAQUISTÃO
O Departamento de Estado de Hillary Clinton atravessou o dia, por sites e canais de notícias, apresentando um acordo sobre arsenal nuclear da Ucrânia como resultado concreto da cúpula.
Mas o "NYT", na manchete de papel, havia alertado que os EUA tiraram "deliberadamente" da agenda a "escalada na corrida" entre Índia e Paquistão, iniciada pelo acordo atômico indo-americano, quatro anos atrás. Os dois países foram à cúpula com seus chefes de Estado.

AMIGOS DE GUERRA
Já "o maior aliado da América", como o Reino Unido era visto, segundo a "Time", não mandou seu primeiro-ministro, Gordon Brown -em campanha eleitoral, mas também por "raiva de Obama". Outros "fortes aliados" faltaram: o primeiro-ministro de Israel, o presidente do Afeganistão, o rei da Arábia Saudita.
O site Daily Caller, com repercussão ontem na cobertura, ouviu críticas republicanas à "política externa que trata rivais e inimigos melhor do que os amigos".

CHINA ISOLA BRASIL
A edição de ontem do "China Daily" destacou artigo de Shen Dingli, da universidade Fudan, intitulado "Amadurecendo na diplomacia". Cita a cúpula nuclear e a cúpula Bric, para concluir, na frase destacada:
"Ao buscar desenvolvimento interno, a China é capaz não só de representar as demandas do mundo em desenvolvimento, mas também de levar em consideração os interesses dos países desenvolvidos."
Por aqui, a BBC Brasil entrevistou Maurício Cárdenas, do instituto Brookings, de Washington, para quem a concordância da China "com novas sanções vai mostrar que as grandes potências mundiais estão preocupadas com a questão nuclear do Irã" e, portanto:
"Ignorar esse fato não é a direção a ser tomada por um país [Brasil] que deseja ser potência global".

"ERA UMA EMBOSCADA"
Doug Mills/nytimes.com
No "NYT", no final de Copenhague, Lula, Obama, Wen, da China, e Singh, da Índia


O "Guardian" entrevistou o ministro do Meio Ambiente da Índia, para o título "Copenhague foi destruída por vazamento de documento". Segundo o indiano, o chamado "rascunho dinamarquês", que foi publicado pelo próprio "Guardian" no primeiro dia da cúpula sobre aquecimento global, em dezembro, "destruiu completamente a confiança" entre emergentes e países ricos -e levou ao acordo restrito que encerrou a conferência. Ele descreve como "o presidente Lula sentou por meia hora e saiu" de uma reunião "porque compreendeu o que estava acontecendo. Era uma emboscada". Mas os encontros sobre a questão prosseguem, inclusive do Basic, de Brasil, África do Sul, Índia e China.

A ESTRATÉGIA DOS EUA
O mesmo "Guardian" divulgou mais um texto sigiloso sobre aquecimento global, agora com a estratégia dos EUA para os próximos passos, a partir de Copenhague. Como ecoou na home do "NYT", já ontem, o plano americano se contrapõe mais uma vez a "China, Índia e Brasil". Vai buscar a aprovação do documento final de Copenhague pela ONU, sem qualquer alteração, e estabelecer sanções aos que não seguirem os parâmetros.
O texto detalha a estratégia de comunicação, como "aumentar o uso de conversas off-the-records", visando a "reforçar a percepção de que os EUA estão engajados". Também "reuniões mais intimistas com ONGs".

TRANSPOSIÇÃO
Em meio à campanha do cineasta James Cameron contra a hidrelétrica de Belo Monte, ontem a BBC original produziu longa reportagem sobre a transposição do rio São Francisco, que "divide" o Brasil. Mas o enviado a Cabrobó, em Pernambuco, expõe um lado e outro.

& ETANOL
Já a americana "Foreign Policy" postou longa reportagem abertamente contra o programa brasileiro do álcool, sob o título "O lado sujo da revolução energética limpa de Lula". Em suma, "o paraíso dos bicombustíveis do Brasil parece mais e mais com uma terra devastada".

Leia mais, pela manhã, em www.todamidia.folha.blog.uol.com.br


Texto Anterior: Livro analisa como são aplicadas as políticas públicas no Brasil
Próximo Texto: Após dois meses, Arruda deixa prisão no DF
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.