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PRESIDENTE 40/ELEIÇÕES 2010
PV aumenta pressão para que Leal seja vice
Marina quer apresentar empresário, da Natura, já como integrante de sua chapa no lançamento de pré-candidatura no domingo
Para partido, entrada de executivo abrirá portas para a adesão de empresários à campanha de Marina; Leal diz que ainda "tem tempo"
BERNARDO MELLO FRANCO
ENVIADO ESPECIAL A NATAL
O PV aumentou a pressão sobre o empresário Guilherme
Leal para que ele assuma o papel de vice na chapa de Marina
Silva à Presidência. A senadora
quer apresentá-lo oficialmente
domingo, na festa de lançamento de sua pré-candidatura,
em Nova Iguaçu (RJ).
Dono de patrimônio estimado em US$ 2,1 bilhões pela revista "Forbes", ele ainda resiste
a deixar o comando da Natura
para se dedicar à campanha, o
que tem gerado impaciência na
equipe da senadora. Os dois devem ter uma reunião decisiva
hoje, quando ela retorna do Rio
Grande do Norte.
Marina tenta convencer Leal
de que a aparição dos dois juntos no domingo pode render espaço no noticiário e dar novo
impulso à chapa. "Estamos
conversando o tempo todo",
disse ela à Folha.
"Ele está refletindo com sócios, amigos e família. Enquanto tem gente arrombando as
portas para entrar na política,
ele está gentilmente pedindo
licença", afirmou Marina.
O coordenador da campanha, Alfredo Sirkis, levou a
pressão para a internet. Ele
afirmou em seu blog que o PV
espera anunciar Leal como vice
no domingo, "dependendo apenas de seu OK final".
Anteontem, ele foi a São Paulo para se reunir com o empresário, mas não ouviu uma resposta conclusiva. "Acho que ele
está decidido a entrar. Mas é
uma questão de tempo e conveniência", disse Sirkis.
Na segunda-feira, Leal disse
à Folha que ainda não havia tomado uma decisão e que não
sabia se o faria até domingo.
"Temos tempo", desconversou.
A interlocutores ele diz temer o efeito de uma candidatura sobre os negócios e a privacidade da família. Também alega
receios ligados à sua segurança.
Ele já circula em São Paulo de
carro blindado, mas acredita
que teria que passar a usar escolta, entre outras precauções.
Para os verdes, a entrada de
Leal abrirá portas para a adesão de mais empresários a Marina. Sua presença reforçaria a
competitividade da campanha,
ajudando na arrecadação de
doações com o setor produtivo.
O PV também quer forçar
uma comparação com Michel
Temer (PMDB) e Francisco
Dornelles (PP), cotados para
vice de Dilma Rousseff (PT) e
José Serra (PSDB), respectivamente. "Os vices da Dilma e do
Serra são um problema. O nosso é uma solução", diz Sirkis.
Segundo Marina, Leal seria
um símbolo de seu compromisso com o que chama de economia do século 21: "Estamos
procurando integrar as experiências da academia e do empresariado moderno. Ele ajuda
nessa síntese".
A senadora aposta ainda numa reedição do "efeito José
Alencar" na vitória do presidente Lula em 2002. A adesão
do dono da Coteminas ajudou a
derrubar resistências ao PT.
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