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PRESIDENTE 40/ELEIÇÕES 2010
Lula diz que não vai deixar a cena política
Presidente revela que planeja retomar suas Caravanas da Cidadania pelo país
Em visita ao Rio Grande do Sul, Dilma procura associar sua imagem à de uma mãe e diz que não é brava: "A mãe cobra porque quer o bem"
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Numa conversa reservada
ontem com dirigentes da Contag, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva disse que quem
apostar que ele vai deixar a cena política após o término de
seu mandato "cairá do cavalo".
Segundo os presentes ao encontro em Brasília, Lula anunciou que a partir de 2011 deverá
reeditar as Caravanas da Cidadania que fez pelo interior do
país no início dos anos 90 para
ver as realizações de sua gestão.
Acrescentou, brincando, que
não vai interferir na gestão do
sucessor: "Vocês vão ver que,
nunca antes na história deste
país, um ex-presidente não deu
pitacos em seu sucessor". Aliada do PT, a Contag deixou o encontro satisfeita: o governo
anunciou a liberação de R$ 16
bilhões para o Plano Safra.
Depois, em entrevista ao telejornal "SBT Brasil", Lula cutucou o tucano José Serra: "Eu
gostaria de ser economista. Eu
acho chiquérrimo porque sabe
de um monte de números.
Quando é oposição sabe mais
ainda. O Serra está sabendo
muito mais ainda", afirmou.
Dilma
Para suavizar a imagem de
mulher dura que fala em jargão
técnico, a presidenciável do PT,
Dilma Rousseff, disse ontem,
em visita ao Rio Grande do Sul,
que seu estilo é igual ao de uma
mãezona que faz cobranças
porque quer o bem dos filhos.
Em viagem ao Rio Grande do
Sul, a pré-candidata petista
procurou usar, em suas entrevistas e discursos, imagens que
remetiam à maternidade ou à
sua condição de mulher. Em
2008, o presidente Lula chamou Dilma de "mãe do PAC"
pela primeira vez.
"Não sou brava, não. Sou que
nem mãe. A mãe manda escovar os dentes e fazer o dever de
casa. No governo, fui uma espécie de mãe, cobrei prazos, mas
dei suporte e apoiei também."
"Eu sou firme, mas eu cuido,
eu protejo, eu apoio. A mãe cobra porque ela quer o bem, quer
que a lição seja feita", disse.
A busca de sintonia com o
eleitorado feminino resulta de
seu mau desempenho nesse
segmento, no qual ela tem 15
pontos a menos que o tucano
José Serra (PSDB).
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