São Paulo, quinta-feira, 13 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Inventor do "lulômetro" é advertido por banco

SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK

O inventor do termo "lulômetro", o analista Daniel Tenengauzer, foi repreendido ontem pelo banco de investimentos Goldman Sachs por ter usado a expressão em relatório sobre a economia brasileira divulgado ao mercado na semana passada. Ele criou um modelo matemático que embute o resultado da corrida eleitoral na previsão da cotação do dólar.
O cálculo foi batizado por ele de "lulameter" ("lulômetro"), uma referência ao pré-candidato à Presidência que lidera as pesquisas de intenção de voto, Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a análise, uma eventual vitória do petista fará com que o câmbio alcance R$ 3,04 no fim de outubro, após o segundo turno das eleições.
A Folha apurou que a direção em Nova York não questionou a previsão, mas achou "leviana" e de "mau gosto" a expressão, justo quando comentários de bancos de investimento e corretoras de valores sobre a economia brasileira estão sob escrutínio público.
Em abril, instituições financeiras como a Merrill Lynch rebaixaram os papéis brasileiros dando como principal justificativa a ascensão de Lula nas pesquisas.
Indagado pela Folha por telefone se era o autor da expressão "lulameter" e qual a reação do banco a ela, o analista Daniel Tenengauzer ficou em silêncio. Depois, pediu que a reportagem procurasse o setor de imprensa do banco.
Não é a primeira polêmica em que se mete Tenengauzer, 34, autor, entre outros ensaios, de "The "Yo-Yo" Yen" (O Iene Ioiô), sobre o comportamento da moeda japonesa. Em maio de 2001, atraiu a fúria da poderosa comunidade judaica nova-iorquina ao fazer análise considerada leviana sobre a economia de Israel.



Texto Anterior: Rumo às Eleições: EUA dizem esperar "governo clone" de FHC
Próximo Texto: Lula insiste no PL; Serra assedia PPB e PFL
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.