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SERVIDORES X GOVERNO
Organizador de ato afirma que governo Lula é plágio piorado de FHC
Greve expõe racha, diz sindicalista
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A divergência sobre a necessidade ou não de uma greve geral
do funcionalismo público causou, pela primeira vez, um racha
entre a CUT (Central Única dos
Trabalhadores) e a CNESF
(Coordenação Nacional das Entidades de Servidores Federais).
A avaliação é de José Domingues Godói Filho, 47, vice-presidente da Andes (Associação Nacional dos Docentes das Universidades Públicas) e representante da CNESF nas negociações
com o governo no protesto realizado anteontem.
Godói Filho foi um dos organizadores do protesto contra o
governo Lula que reuniu, segundo os organizadores, 40 mil
pessoas em Brasília. Para a Polícia Militar, eram 30 mil.
A principal evidência de que
há um racha no movimento sindical é a decisão da CNESF sobre o início de uma greve dos
servidores públicos federais, independentemente da posição
da CUT. "Nós não dependemos
de autorização deles. São as bases que decidirão", disse Godói
Filho, que é professor de geologia na Universidade Federal de
Mato Grosso.
Ele é sindicalista desde 1980,
quando se filiou à Associação
dos Docentes da Universidade
Federal do Mato Grosso. Eleitor
do PT desde 89, diz que "o governo Lula é um plágio piorado
de FHC". A decisão da CNESF
será tomada amanhã, quando
350 delegados estarão em Brasília para uma plenária. Se aprovada, a paralisação geral está
prevista para começar entre os
dias 23 e 28 de junho.
A CNESF é um fórum composto por 11 entidades, sendo
que nove delas são filiadas à
CUT. Em conjunto, representam cerca de 850 mil funcionários públicos. Na avaliação de
Godói Filho, há uma forte sinalização para a greve.
Ao serem recebidos por ministros no Palácio do Planalto,
anteontem, depois do protesto,
Godói Filho e o presidente da
CUT, Luiz Marinho, divergiram
publicamente. Para Marinho,
não há mobilização suficiente
para uma greve. Além disso,
considera precipitada uma decisão nesse sentido.
Ele considerou "infeliz" o posicionamento do presidente da
CUT e disse que Marinho não
está sabendo separar a atuação
sindical das amizades com
membros do governo. A assessoria da CUT disse que Marinho
não responderia às críticas.
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