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São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2003

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SERVIDORES X GOVERNO

Organizador de ato afirma que governo Lula é plágio piorado de FHC

Greve expõe racha, diz sindicalista

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A divergência sobre a necessidade ou não de uma greve geral do funcionalismo público causou, pela primeira vez, um racha entre a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a CNESF (Coordenação Nacional das Entidades de Servidores Federais).
A avaliação é de José Domingues Godói Filho, 47, vice-presidente da Andes (Associação Nacional dos Docentes das Universidades Públicas) e representante da CNESF nas negociações com o governo no protesto realizado anteontem.
Godói Filho foi um dos organizadores do protesto contra o governo Lula que reuniu, segundo os organizadores, 40 mil pessoas em Brasília. Para a Polícia Militar, eram 30 mil.
A principal evidência de que há um racha no movimento sindical é a decisão da CNESF sobre o início de uma greve dos servidores públicos federais, independentemente da posição da CUT. "Nós não dependemos de autorização deles. São as bases que decidirão", disse Godói Filho, que é professor de geologia na Universidade Federal de Mato Grosso.
Ele é sindicalista desde 1980, quando se filiou à Associação dos Docentes da Universidade Federal do Mato Grosso. Eleitor do PT desde 89, diz que "o governo Lula é um plágio piorado de FHC". A decisão da CNESF será tomada amanhã, quando 350 delegados estarão em Brasília para uma plenária. Se aprovada, a paralisação geral está prevista para começar entre os dias 23 e 28 de junho.
A CNESF é um fórum composto por 11 entidades, sendo que nove delas são filiadas à CUT. Em conjunto, representam cerca de 850 mil funcionários públicos. Na avaliação de Godói Filho, há uma forte sinalização para a greve.
Ao serem recebidos por ministros no Palácio do Planalto, anteontem, depois do protesto, Godói Filho e o presidente da CUT, Luiz Marinho, divergiram publicamente. Para Marinho, não há mobilização suficiente para uma greve. Além disso, considera precipitada uma decisão nesse sentido.
Ele considerou "infeliz" o posicionamento do presidente da CUT e disse que Marinho não está sabendo separar a atuação sindical das amizades com membros do governo. A assessoria da CUT disse que Marinho não responderia às críticas.


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