|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Oposição barra aprovação da MP do mínimo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PFL e o PSDB fizeram ontem
sua primeira obstrução no Senado e conseguiram interromper a
votação da medida provisória que
fixou o salário mínimo em R$ 240.
A sessão foi marcada por troca de
ironias entre o líder do governo,
Aloizio Mercadante (PT-SP), o líder do PSDB, Arthur Virgílio
(AM), e o senador Antonio Carlos
Magalhães (PFL-BA).
Um partido se declara em obstrução quando não tem votos para rejeitar uma proposta. Na sessão de ontem, eram necessários
ao menos 41 senadores: sem PFL e
PSDB, só 30 votaram. "Na oposição, o PFL e o PSDB estão mais
perdidos do que cachorro perdido em mudança", disse Mercadante. "O senador Mercadante tem mais horas de obstrução do
que urubu, de vôo", disse Virgílio.
"Quem melhor entende de obstrução é o Mercadante. O partido
dele vivia em obstrução no governo passado. Ele pode nos ajudar
[a interpretar o regimento]", disse
ACM. "Desde que me entendo
por gente o senador Antonio Carlos e outros são governo. Por isso
agora têm dificuldade. Nós, de fato, temos certa experiência de
obstrução e podemos ajudar. A
interpretação da Mesa está certa",
disse o petista. Senadores divertiram-se as ironias. "Com urubus e
cachorros, daqui a pouco vai ter
jogo do bicho aqui", disse Ney
Suassuna (PMDB-PB).
O mínimo de R$ 240 está em vigor desde a edição da MP, mas só
se tornará uma lei definitiva com
a aprovação da matéria. O PFL
queria discutir uma emenda que
elevava o mínimo para R$ 260.
"A obstrução foi um protesto
porque quiseram nos calar", disse
Agripino. "Mostramos que o governo precisa de nós para votar
qualquer coisa. Nem a articulação
do ministro José Dirceu (Casa Civil) consegue mobilizar a base governista. Sem nosso OK, o governo não vota nada", disse Agripino.
(RAQUEL ULHÔA)
Texto Anterior: Órgão do governo diz que falhou ao não noticiar ato Próximo Texto: Porcos na Câmara Índice
|