UOL

São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Oposição barra aprovação da MP do mínimo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PFL e o PSDB fizeram ontem sua primeira obstrução no Senado e conseguiram interromper a votação da medida provisória que fixou o salário mínimo em R$ 240. A sessão foi marcada por troca de ironias entre o líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), e o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Um partido se declara em obstrução quando não tem votos para rejeitar uma proposta. Na sessão de ontem, eram necessários ao menos 41 senadores: sem PFL e PSDB, só 30 votaram. "Na oposição, o PFL e o PSDB estão mais perdidos do que cachorro perdido em mudança", disse Mercadante. "O senador Mercadante tem mais horas de obstrução do que urubu, de vôo", disse Virgílio.
"Quem melhor entende de obstrução é o Mercadante. O partido dele vivia em obstrução no governo passado. Ele pode nos ajudar [a interpretar o regimento]", disse ACM. "Desde que me entendo por gente o senador Antonio Carlos e outros são governo. Por isso agora têm dificuldade. Nós, de fato, temos certa experiência de obstrução e podemos ajudar. A interpretação da Mesa está certa", disse o petista. Senadores divertiram-se as ironias. "Com urubus e cachorros, daqui a pouco vai ter jogo do bicho aqui", disse Ney Suassuna (PMDB-PB).
O mínimo de R$ 240 está em vigor desde a edição da MP, mas só se tornará uma lei definitiva com a aprovação da matéria. O PFL queria discutir uma emenda que elevava o mínimo para R$ 260.
"A obstrução foi um protesto porque quiseram nos calar", disse Agripino. "Mostramos que o governo precisa de nós para votar qualquer coisa. Nem a articulação do ministro José Dirceu (Casa Civil) consegue mobilizar a base governista. Sem nosso OK, o governo não vota nada", disse Agripino. (RAQUEL ULHÔA)


Texto Anterior: Órgão do governo diz que falhou ao não noticiar ato
Próximo Texto: Porcos na Câmara
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.