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Lula defende pulverização de verba de publicidade
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LAGARTO (SE)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem durante discurso que vai manter a
pulverização dos recursos da
publicidade do governo por ser
uma forma de "democratizar" a
distribuição da verba.
Lula falava sobre projetos do
governo para a cultura e a educação, quando mencionou que
isso também ocorre com a publicidade em seu governo.
"Nós estamos fazendo isso
[pulverização] na cultura, a imprensa sabe que nós estamos
fazendo isso na publicidade do
governo federal. Não tem essa
de fazer em duas ou três emissoras, vamos fazer em todas as
[emissoras em] cidades pequenas, onde tiver, em jornais pequenos, onde tiver, para que a
gente possa garantir que a democracia seja exercida na sua
plenitude", disse ele em Lagarto (a 90 km de Aracaju), município com 88.980 habitantes.
Reportagem de maio da Folha mostrou que a publicidade
oficial do governo Lula teve como padrão a pulverização.
Em 2003, ano em que o presidente assumiu, 499 veículos
de comunicação recebiam recursos para divulgar propaganda do governo federal. No ano
passado, foram 5.297 -um aumento de 961%.
O governo alega se pautar por
critérios técnicos na distribuição de recursos, embora não divulgue a relação dos veículos
em que anuncia.
No início do governo Lula, a
publicidade oficial atingia 182
municípios. Agora, são 1.149.
Embora a estratégia de distribuição de verba tenha mudado, o orçamento total destinado por Lula a publicidade não
se alterou de forma significativa. Assim como na gestão do tucano Fernando Henrique
(1995-2002), oscilou sempre
entre R$ 900 milhões e R$ 1,2
bilhão por ano -sem levar em
conta patrocínios e outros custos relacionados à produção de
comerciais.
Embora Lula tenha tratado a
questão como uma forma de
exercer a "democracia plena",
trata-se de uma política de
marketing do governo. Críticos
avaliam que o governo atrai a
simpatia de veículos menores
com a verba que lhes destina.
Lula também defendeu o
projeto do Ministério da Cultura de fazer com que os recursos
da Lei Rouanet, de incentivo à
cultura por meio de benefícios
fiscais, cheguem a todo o Brasil
-e não só aos maiores centros
de produção cultural.
"Nós não queremos tirar nada de São Paulo e do Rio, porque são dois Estados muito importantes para o Brasil. Mas
nós queremos estender os direitos da Lei Rouanet para que
a gente possa levar todo o investimento da cultura também
para os Estados do Norte e do
Nordeste", afirmou o presidente.
(PAULO PEIXOTO)
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