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ELEIÇÕES 2004/DÍVIDA
Prefeita procura solução para endividamento de São Paulo, que está acima do permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal
Mantega se diz contra negociação de dívida proposta por Marta
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Guido Mantega
(Planejamento) afirmou ontem
que é contra a repactuação de dívidas de Estados e municípios.
Anteontem, a prefeita Marta Suplicy (PT-SP) havia dito que, se
reeleita, procuraria o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva para renegociar a dívida de São Paulo.
Falando para fiéis da Igreja Batista da Graça, a prefeita, candidata à reeleição, disse que, "se assim
o povo de São Paulo o desejar",
ela buscará o presidente Lula e
discutirá a situação atual da dívida do município para "repactuá-la". Ela, no entanto, não informou
qual será a estratégia da prefeitura. Disse que encontrará a melhor
forma para isso acontecer.
"Eu sou contra a repactuação de
dívidas dos municípios e dos Estados", afirmou o ministro, que
assinou ontem um acordo para o
reajuste para parte dos servidores
federais.
A dívida da cidade de São Paulo
aumentou de R$ 21,5 bilhões, no
fim de 2001, para R$ 26,3 bilhões
em 2003. O grau de endividamento está acima do estipulado pela
Lei de Responsabilidade Fiscal.
Marta afirma que o aumento da
dívida está relacionado a gestões
anteriores. No governo de Paulo
Maluf (1993-1996), diz, houve um
excesso de emissões de precatórios. Na gestão de Celso Pitta
(1997-2000), a renegociação feita
com a União em 2000 foi corroída
pelos juros.
A taxa de juros subiu de 6% para 9% ao ano, pois a cidade não
pagou, em novembro de 2002, a
amortização de R$ 3 bilhões.
O problema não é apenas da cidade de São Paulo. Nas capitais,
houve um aumento de 63% das
dívidas, sem considerar a inflação. Ou seja, os candidatos que assumirem essas prefeituras em
2005 herdarão uma dívida que
cresceu 20,4% entre o final de
2001 (R$ 29,4 bilhões, valor corrigido pela inflação) e o fim do ano
passado (R$ 35,4 bilhões).
A capital paulista (R$ 26,3 bilhões em débitos) é responsável
por mais de três quartos (80%)
desse aumento. O principal credor dessas dívidas é a União.
Servidores
O ministro Mantega participou
ontem da assinatura de um acordo que reajustará de 9% a 51% os
salários dos professores de ensino
médio e técnico das instituições
federais. Segundo o ministério, os
policiais federais, que estiveram
em greve por mais de 60 dias neste ano, ganharão um aumento de
17%. O índice havia sido rejeitado.
O aumento será em parcela de
10% neste ano e outros 7% em
2005.
(LUIS RENATO STRAUSS)
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