São Paulo, terça-feira, 13 de julho de 2004

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ELEIÇÕES 2004/DÍVIDA

Prefeita procura solução para endividamento de São Paulo, que está acima do permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal

Mantega se diz contra negociação de dívida proposta por Marta

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Guido Mantega (Planejamento) afirmou ontem que é contra a repactuação de dívidas de Estados e municípios. Anteontem, a prefeita Marta Suplicy (PT-SP) havia dito que, se reeleita, procuraria o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para renegociar a dívida de São Paulo.
Falando para fiéis da Igreja Batista da Graça, a prefeita, candidata à reeleição, disse que, "se assim o povo de São Paulo o desejar", ela buscará o presidente Lula e discutirá a situação atual da dívida do município para "repactuá-la". Ela, no entanto, não informou qual será a estratégia da prefeitura. Disse que encontrará a melhor forma para isso acontecer.
"Eu sou contra a repactuação de dívidas dos municípios e dos Estados", afirmou o ministro, que assinou ontem um acordo para o reajuste para parte dos servidores federais.
A dívida da cidade de São Paulo aumentou de R$ 21,5 bilhões, no fim de 2001, para R$ 26,3 bilhões em 2003. O grau de endividamento está acima do estipulado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Marta afirma que o aumento da dívida está relacionado a gestões anteriores. No governo de Paulo Maluf (1993-1996), diz, houve um excesso de emissões de precatórios. Na gestão de Celso Pitta (1997-2000), a renegociação feita com a União em 2000 foi corroída pelos juros.
A taxa de juros subiu de 6% para 9% ao ano, pois a cidade não pagou, em novembro de 2002, a amortização de R$ 3 bilhões.
O problema não é apenas da cidade de São Paulo. Nas capitais, houve um aumento de 63% das dívidas, sem considerar a inflação. Ou seja, os candidatos que assumirem essas prefeituras em 2005 herdarão uma dívida que cresceu 20,4% entre o final de 2001 (R$ 29,4 bilhões, valor corrigido pela inflação) e o fim do ano passado (R$ 35,4 bilhões).
A capital paulista (R$ 26,3 bilhões em débitos) é responsável por mais de três quartos (80%) desse aumento. O principal credor dessas dívidas é a União.

Servidores
O ministro Mantega participou ontem da assinatura de um acordo que reajustará de 9% a 51% os salários dos professores de ensino médio e técnico das instituições federais. Segundo o ministério, os policiais federais, que estiveram em greve por mais de 60 dias neste ano, ganharão um aumento de 17%. O índice havia sido rejeitado. O aumento será em parcela de 10% neste ano e outros 7% em 2005. (LUIS RENATO STRAUSS)


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