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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Isolamento
A estratégia de confronto adotada por Renan Calheiros (AL) desde o início da semana fez crescer o
grupo dos que acham que ele perdeu as condições de
presidir o Senado. A investida contra senadores da
oposição espantou parlamentares do PSDB e do DEM
que, a despeito da orientação partidária, ainda davam
alguma sustentação ao peemedebista.
Os membros da Mesa Diretora, estratégicos em várias fases do processo, se irritaram com a manobra
que deixou para a semana que vem a decisão sobre nova perícia nos documentos do caso. E mesmo no PT e
no PMDB, pilares da tropa de choque de Renan, crescem os questionamentos, como os feitos ontem por
Ideli Salvatti (PT-SC) e Garibaldi Alves (PMDB-RN).
Não me deixem só. De
um senador da base aliada sobre os últimos atos de Renan,
como a manobra de ontem:
"Essa escola alagoana já se
mostrou desastrosa. Daqui a
pouco ele pedirá para virmos
de verde-amarelo e vai aparecer todo mundo de preto".
Bola de cristal. Ainda pela manhã, o senador Almeida
Lima (PMDB-SE), um dos relatores do caso Renan no
Conselho de Ética, já adiantava que a reunião da Mesa para
referendar a nova perícia deveria ficar para terça que vem,
como foi decidido depois.
GPS. Para despistar a imprensa, os organizadores do
jantar de desagravo a Renan
realizado anteontem mudaram três vezes o endereço do
encontro. Com isso, o ônibus
fretado para levar prefeitos
alagoanos e convidados chegou a se perder em Brasília.
Tensão. Na porta do restaurante onde ocorreu o ato de
desagravo, Renan foi ríspido
ao responder sobre o encontro que teve com Lula a um repórter: "Foi boa a reunião. O
presidente, inclusive, perguntou de você e da sua família".
Ontem, o peemedebista bateu
boca com outro jornalista.
Apagão. Após a sessão "coruja" de anteontem no Congresso para votar a LDO, parlamentares resolveram sair
em massa de Brasília na manhã de ontem, o que deixou
congestionadas as imediações
do aeroporto da capital, lotou
os seus estacionamentos e tumultuou as filas de embarque.
Passar bem. O presidente
do PMDB, Michel Temer
(SP), jogou duro com Walfrido dos Mares Guia na conversa de anteontem. Ao ouvir novamente a promessa de que a
indicação de Luiz Paulo Conde para Furnas estava assegurada, disse: "Então você ligue
para ele e o convide".
Ajuda divina. Vice-líder
do PP na Câmara, José Linhares (CE), que é padre, foi destacado para cobrar do Planalto a indicação feita pelo partido para a diretoria da Anvisa,
que já conta com dois afilhados do PT e dois do PMDB.
Racha na base. Apesar
de não serem novas, as últimas ameaças do PC do B de
deixar a CUT para formar
uma nova central alarmaram
o PT e o Planalto. Secretário-geral da Presidência, Luiz
Dulci ligou para o presidente
da sigla, Renato Rabelo, para
sondá-lo sobre o vôo solo.
Palanque. José Dirceu
transformou ontem seu blog,
com quase um ano de funcionamento, em site. A página
conta com um espaço chamado "Defesa", no qual o petista
apresenta uma linha do tempo com sua versão para as denúncias das quais foi alvo
quando ocupava a Casa Civil.
Três atos. O PT impetrará
mandado de segurança no TJ
contra a ordem cronológica
das CPIs na Assembléia paulista, que leva o caso CDHU
para 2008. Também recorrerá ao tribunal para desenterrar a apuração sobre a Nossa
Caixa e irá ao STF pelo direito
da minoria de investigar.
Chapa-branca. Das 15
CPIs que aguardam instalação, 13 têm assinaturas só de
integrantes da base do governador José Serra (PSDB).
Tiroteio
"Renan descobriu que não é mais presidente
do Congresso. Falta agora perceber que
também não é mais presidente do Senado."
Do deputado FERNANDO GABEIRA (PV-RJ) sobre a ausência de Renan
na sessão conjunta de deputados e senadores que aprovou a LDO.
Contraponto
Pastelão
Em recente viagem oficial, os deputados Raul Jungmann (PPS-PE), Dr. Rosinha (PT-PR) e Ruy Pauletti
(PSDB-RS) chegaram a La Paz famintos e seguiram para o
restaurante do hotel. Enquanto Pauletti atendia ao celular, Jungmann e Rosinha deixaram a mesa para ir ao terraço apreciar o visual da cidade boliviana. Na volta, notaram que a porta de vidro que os separava do sistema de
aquecimento do restaurante não abria por fora.
-Pauletti!-, gritavam enquanto batiam na porta.
A eloqüência acabou chamando a atenção de um garçom, que resgatou a dupla da área gelada. O gaúcho, ainda
em seu longo telefonema, nem notou o mau humor dos
colegas, que, de volta à mesa, batiam os dentes de frio.
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