São Paulo, sexta-feira, 13 de julho de 2007

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Mar de oportunidades

O ministro dos Esportes já apareceu ontem em rede nacional para saudar o Pan, "convite para o mundo se apaixonar" pelo país, e Fátima Bernardes, sorridente, bradou que o Brasil estreou nos jogos "com goleada".
Nas agências AP e Reuters, o evento é dado como chance para projetar "a nova imagem do Brasil", no dizer de Lula, e levar "prêmios maiores" como a Copa.
De outra parte, o "Valor" publicou a revista bilíngüe "Mar de Oportunidades/Sea of Opportunity", para eventuais investimentos em petróleo e outros, no Rio. E até o "Wall Street Journal" deu a longa reportagem "Rio aposta nos Jogos para um novo começo", só que citando também "sombras", como "a onda de crime".

SEM VERGONHA
A agência estatal cubana Prensa Latina ecoou a declaração de Lula de que "não envergonha ninguém perder de Cuba", com o título "Brasil ainda é segundo em relação a Cuba nas conquistas esportivas, afirma Lula". E a Reuters acrescentou em título que o "Brasil vai buscar saltar para terceiro" nas medalhas do Pan, passando o Canadá e só.

BUSH COM CASTRO
O blog de Sérgio Dávila no UOL adiantou o "nepotismo" no Pan, com a presença de um sobrinho do presidente dos EUA na delegação, George Prescott Bush, filho de Jeb, ex-governador da Flórida.
E a AP entrevistou no Rio Antonio Castro, filho de Fidel e médico da seleção de beisebol. Disse que o pai está com "boa saúde, se recuperando".

"GELO"
Sites em espanhol já destacavam ontem que o Pan, na abertura, "volta a unir Lula e Chávez". O venezuelano teria sido convidado para o show do Maracanã -e aceito.
Mas a blogosfera brasiliense avisa ele será recebido com "gelo". E o blog de Bob Fernandes no Terra postou ontem, desde Caracas, que "Lula e Chávez brigam, não se falam" e "o desentendimento congela obras de US$ 7,2 bilhões". O venezuelano teria procurado falar com o brasileiro "meia dúzia de vezes", por telefone, há dias, sem retorno.

Lalo de Almeida/nytimes.com
A SELEÇÃO
Larry Rohter vai deixar saudade. Só ele para ir até Ibiúna, escrever "Passatempo da América é só um ponto no país do futebol", sobre o beisebol daqui


MELHORES AMIGOS
Enquanto Bloomberg e outras ressaltavam ontem "o mais amplo ataque aos subsídios agrícolas dos EUA", lançado pelo Brasil na Organização Mundial do Comércio, em apoio a uma ação do Canadá, os enviados do Departamento de Estado americano a Brasília diziam às agências que é coisa "normal", nada de mais. Canadá e Brasil são "nossos melhores amigos no mundo".

FUTEBOL DE ESTADO
No site do Departamento de Estado, o secretário assistente Thomas Shannon e o subsecretário Nicholas Burns, números 2 e 3 da diplomacia americana, brincaram ter assistido à vitória do Brasil sobre o Uruguai, até tarde, na Copa América. Elogiaram o futebol "brilhante" -e pouco falaram além disso.

JANELAS E PORTAS
O "International Herald Tribune" entrevistou o ministro indiano do comércio, Kamal Nath, o aliado de Celso Amorim nas negociações da Rodada Doha. Ele respondeu às críticas dos EUA e avisou, no destaque do "IHT", que "a realidade é que há uma nova arquitetura econômica", com "novas janelas e novas portas" -que não vão ser fechadas apenas por alguma "vontade".

RACHA NO BIRD
O "Financial Times" adiantou ontem que nove dos 24 diretores do Banco Mundial, "predominantemente de países emergentes", escreveram ao novo presidente, o americano Robert Zoellick, "questionando seu papel no anúncio dos indicadores de governança", vale dizer, de corrupção, "dos países-membros".

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@ - Nelson de Sá



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