São Paulo, segunda-feira, 13 de julho de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Notório saber

Embora a base governista no Senado conte com o recesso para esfriar no nascedouro a CPI da Petrobras, a ser instalada amanhã, a oposição já começou a montar seu QG para tentar criar embaraços com os contratos da estatal. O PSDB convocou o ex-senador Antero Paes de Barros (MT), conhecido incendiário na época da CPI dos Bingos, para pilotar o "escritório". A ideia é usar uma sala conjugada ao gabinete do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), onde também serão instalados técnicos -já recrutados- do Tribunal de Contas da União. Além disso, tucanos prepararam um blog para divulgar dados e se opor ao blog oficial que a empresa criou desde que a palavra CPI veio à tona.




Divisor. Apesar de uma ou outra voz isolada continuar prometendo levar a Fundação José Sarney para o âmbito da CPI, a ordem na oposição é clara: o que diz respeito ao senador é caso para o Conselho de Ética; a CPI é para investigar a Petrobras e o PT.

Fontes. Não foi só de patrocínios da Petrobras que a Fundação José Sarney se abasteceu nos últimos anos. A entidade também recebeu repasses diretos de diferentes autarquias em Brasília, como o Ministério da Cultura, que enviou R$ 83,4 mil em 2002 para "recuperação do acervo" de áudio e vídeo.

A festa... Investigadas pelo Ministério Público da Bahia até o mês passado, as duas ONGs ligadas ao PT que gerenciavam verbas de patrocínio da Petrobras para festas de São João voltaram a receber dinheiro da estatal entre o final de maio e junho. A Aanor (Associação de Apoio e Assessoria a Organizações Sociais do Nordeste) e a Fundação Galeno D'Alvelírio firmaram contratos de R$ 815 mil e R$ 986 mil, respectivamente.

...continua. Em nenhum dos casos houve licitação. Em junho, a promotoria determinou que as comarcas do interior do Estado instaurassem investigações sobre o uso da verba pelas prefeituras. O MP também ouviu o assessor da presidência da Petrobras Rosemberg Pinto, suspeito de usar critérios políticos na destinação dos recursos.

Pop. Já se nota no Congresso uma disputa informal para ver quem reúne mais seguidores no Twitter. "Tem políticos cujos assessores inflam a quantidade de seguidores com métodos pouco recomendáveis", denuncia o senador e "twiteiro" Delcídio Amaral (PT-MS).

Do coração. Dilma Rousseff sabe que precisará de um vice do PMDB, mas, se pudesse escolher, o parceiro de chapa seria Ciro Gomes (PSB). Sem amarras. Do monstrengo de regras eleitorais aprovado na Câmara, juízes e advogados destacam três pontos destinados a livrar os políticos da fiscalização: permissão de candidatura de quem teve rejeitadas as contas da campanha anterior; brecha para que candidato inelegível no momento do registro possa concorrer enquanto tenta obter liminar; e 5 de março como data-limite para resolução do TSE.

PT do amanhã 1. Não bastasse o receio da eventual candidatura de Marta Suplicy à Câmara, que poderia sugar votos de atuais expoentes, um time de "bichos papões" assusta os deputados do PT.

PT do amanhã 2. Entre os pré-candidatos de peso estão os ex-prefeitos José de Filippi Júnior (Diadema) e Newton Lima Neto (São Carlos) e os deputados estaduais Vanderlei Siraque, Carlinhos Almeida e Vicente Cândido.

Árbitro. O grupo do ex-ministro Humberto Costa tem maioria e deve ganhar a eleição para o diretório do PT em Pernambuco, mas a palavra final sobre o candidato ao Senado será do governador Eduardo Campos (PSB). E ele sabe que o ex-prefeito João Paulo agrega mais à chapa.

Oportunidades. A visita que o presidente de Moçambique, Armando Gebuza, fará ao Brasil inclui jantar no dia 19, no Copacabana Palace, com Roger Agnelli (Vale), David Feffer (Suzano) e Gilberto Tomazoni (Sadia).


com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio
"Depois dessas denúncias quero ver alguém do governo ainda ter coragem de dizer que é a oposição quem quer privatizar a Petrobras."

Do senador SÉRGIO GUERRA (PE), presidente do PSDB, sobre as suspeitas de desvio de verba da Petrobras repassada à Fundação José Sarney.

Contraponto

Tamanho P

A Comissão de Infraestrutura do Senado debatia dias atrás a modernização dos aeroportos, em audiência com a presidente da Anac, Solange Vieira.
A certa altura, os presentes resolveram se queixar do não cumprimento da famosa promessa do ministro da Defesa, Nelson Jobim, de ampliar o espaço entre os assentos dos aviões. Flexa Ribeiro (PSDB-PA) tratou de ilustrar o problema:
-Continua tão apertado que o Heráclito resolveu fazer cirurgia de redução de estômago para poder viajar!


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