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BOLSA-ESCOLA
Prefeituras do semi-árido não se cadastram
Famílias do Nordeste deixam de receber R$ 27,9 mi do programa
ERILENE ARAÚJO
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AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Depois de perder mais de 70%
da lavoura por conta da estiagem
que assola 1.144 municípios do semi-árido, 955.327 famílias nordestinas que moram nas áreas de
seca deixam de receber, este mês,
R$ 27,9 milhões porque as prefeituras não se cadastraram no
programa Bolsa-Escola.
Até o momento, quatro meses
depois do lançamento oficial do
programa e seis meses após o
anúncio do Ministério da Educação de que a papelada já poderia
ser agilizada, só 413 dos 1.144 municípios do semi-árido nordestino se cadastraram no programa.
Salvador, João Pessoa e Teresina são as únicas capitais da região
que driblaram a burocracia e estão assistindo as famílias que têm
uma renda per capita de até meio
salário mínimo mensal.
No ranking do Ministério da
Educação, Sergipe ocupa a última
colocação entre os Estados nordestinos. Dos 24 municípios que
aderiram ao programa, apenas 7
estão na área de seca. O total de famílias do semi-árido sergipano
atendidas soma 3.219.
Pernambuco aparece na penúltima colocação. São 184 municípios, mas só 32 aderiram. Dentre
os cadastrados, 27 enfrentam a estiagem. O número de famílias do
semi-árido pernambucano atendidas é de 18.746.
O levantamento do ministério
mostra que, na área de seca, 119
municípios cearenses se cadastraram no Bolsa-Escola. No Rio
Grande do Norte, foram 77 cidades, na Bahia, 60, na Paraíba, 55,
no Piauí, 50 e em Alagoas, 18. O
Maranhão não tem semi-árido.
O diretor de Articulação com os
Municípios da Secretaria do Programa Nacional Bolsa-Escola,
Raul Sanchez, disse que "algumas
prefeituras têm dificuldades operacionais para fazer o cadastramento". Afirmou também que "a
seca tem muitas outras prioridades além do Bolsa-Escola".
Sanchez informou que o Ministério da Educação firmou parcerias com as escolas técnicas para
ver se "os estudantes conseguem
mudar o quadro, ajudando as
prefeituras a agilizar a documentação". O ministério dispõe de R$
1,7 bilhão para o programa.
Sanches declarou que "o Nordeste poderá cadastrar 1,349 milhão de famílias". O volume de recursos disponível mensalmente
para o semi-árido nordestino é
de R$ 38,8 milhões.
Para ser beneficiada, a família
deverá ter filhos com idade entre
6 e 15 anos regularmente matriculado nas escolas do ensino fundamental. A primeira parcela foi paga em junho deste ano.
Na época, nenhum município
do semi-árido estava cadastrado.
No segundo mês, 113 cidades da
região aderiram ao programa.
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