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Economista propõe índice de pobreza
DA REDAÇÃO
Vem ganhando força a idéia de
que o Brasil deve ter uma linha de
pobreza oficial. O argumento é
que, com isso, os governos poderiam ser avaliados e cobrados de
maneira objetiva.
O economista Márcio Pochmann é um dos que tentam emplacar a idéia. Na próxima segunda, deve se reunir com deputados
e senadores de São Paulo para tratar do assunto. "Temos um indicador oficial de desemprego, mas
não um de pobreza", diz ele.
A iniciativa não é inédita. Há
um projeto de lei de 2000 do senador Eduardo Suplicy (PT-SP)
com a mesma proposta, e em fevereiro deste ano, o presidente do
IBGE, Eduardo Pereira Nunes,
prometeu uma linha oficial de pobreza para dali a dois anos.
Pochmann, que é secretário do
Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da Prefeitura de São
Paulo, defende que o índice oficial
adote como referência a pobreza
relativa, e não a pobreza absoluta.
A diferença é que a absoluta diz
respeito ao atendimento de necessidades básicas, e a relativa leva em conta o padrão de vida médio da sociedade: uma pessoa é
pobre se a sua renda é muito menor do que a média.
Esse enfoque, já adotado na
União Européia, embute a noção
de que a pobreza deve ser combatida com a diminuição na desigualdade.
Lena Lavinas, economista da
UFRJ, acrescenta que o conceito
"simplifica o debate metodológico", pois dispensa a definição e a
quantificação das necessidades
básicas das pessoas.
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