São Paulo, sábado, 13 de agosto de 2005

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Delgado classifica entrevista como "violenta"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), relator do processo que pede a cassação do mandato do ex-ministro José Dirceu (PT-SP), afirmou ontem considerar "violentas" as declarações do ex-deputado Valdemar Costa Neto, presidente do PL, sobre o acerto financeiro com o PT em 2002 e sobre a participação de Dirceu na articulação.
"Isso é mais um fato elucidativo. [Se Valdemar confirmar,] é uma prova bastante considerável, é uma prova forte contra o ex-ministro", disse Delgado. Ele afirmou que chamará Valdemar para prestar depoimento no Conselho de Ética da Câmara, onde corre o processo contra Dirceu.
Em entrevista à "Época" deste fim de semana, Valdemar diz que o PL formou a coligação com o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva mediante repasse de R$ 10 milhões. O acerto teria sido costurado por Valdemar, Dirceu e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, mas contaria com o aval de Lula e do vice-presidente, José Alencar.
Na entrevista, Valdemar diz ter reclamado com o já ministro Dirceu sobre o pagamento a "conta-gotas" que estaria recebendo.
"Mesmo [Valdemar] tendo renunciado ao mandato, ele esteve envolvido no processo como presidente da coligação do PT-PL e depois continuou a relação com o governo e com o chefe da Casa Civil", afirmou Delgado. "Certamente o depoimento dele pode vir a ser esclarecedor e pode se transformar em uma prova contundente", concluiu.
O líder interino da bancada petista na Câmara, Fernando Ferro (PE), disse que Dirceu "tem noção do seu papel". "Ele tem responsabilidade [no caso], é evidente, foi afastado do governo por se encontrar motivos para isso, e tem elementos para trazer para a bancada", afirmou. A assessoria de Dirceu não foi localizada ontem para falar sobre o assunto.
Para o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), "a pressão interna no PT está cada vez maior" e é preciso identificar "quem levou o PT a esta situação de angústia e indignação".


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