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No Congresso, até base critica pronunciamento
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na
Granja do Torto foi considerado
"pífio", "insincero" e "frustrante"
pela oposição e até mesmo por integrantes da base aliada no Congresso, mas houve quem saísse
em defesa da iniciativa do presidente entre os governistas.
O presidente da CPI dos Correios, por exemplo, senador Delcídio Amaral (PT-MS), disse que
o presidente Lula mostrou compromisso com a ética: "Ele busca
responsabilizar as pessoas que
nos levaram a essa situação difícil.
Não podíamos esperar outra postura de um homem de bem".
O discurso do líder do PSDB no
Senado, Arthur Virgílio (AM), foi
um dos mais duros contra as declarações do presidente: "Mais
uma vez o presidente insultou a
nação com a desfaçatez do "eu não
sabia'", declarou o líder tucano.
Em sua opinião, Lula foi "dúbio" e "cúmplice da mentira".
"Ele disse que foi traído, mas não
disse quem o traiu nem quem são
os culpados. Queria que tivesse sido sincero", afirmou o senador.
Para o líder do PFL no Senado,
Agripino Maia (RN), o presidente
da República tinha que assumir
que sabia da movimentação de
caixa dois do partido.
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) disse que gostou do conteúdo
do discurso do presidente, mas
não do tom. "Eu, como petista e
como cidadã, estou esperando
um pronunciamento de peito
aberto, olho no olho. Eu e o senador [Aloizio] Mercadante [PT-SP] somos vítimas de pessoas que
nos traíram, que foram irresponsáveis na condução das finanças
do partido", disse.
Segundo a senadora, o presidente voltará à televisão para fazer um pronunciamento em cadeia nacional. No próximo discurso, ela disse esperar mais firmeza de Lula, inclusive apontando quem são os "traidores".
A senadora Heloísa Helena
(PSOL-AL) defende uma antecipação das eleições presidenciais e
para o Congresso Nacional em razão da crise política. Ela acredita
que as investigações da CPI dos
Correios vão caracterizar um crime de responsabilidade cometido
pelo presidente Lula, mas o Congresso Nacional, também atingido pelas denúncias de recebimento de um "mensalão" e pelo uso
de caixa dois nas eleições, não teria legitimidade para conduzir
um processo de impeachment
contra o presidente.
O presidente nacional do PPS,
deputado Roberto Freire (PE),
defende que o Congresso convoque pleito para que a população
eleja uma Constituinte, com prazo e objetivos específicos, como
reforma política.
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