São Paulo, domingo, 13 de agosto de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Alckmin iniciará ataques no rádio

Primeiros programas de TV servirão para apresentar candidato como administrador eficiente e honesto

"Não se pode prometer nada sem que as pessoas te conheçam", diz coordenador da campanha do tucano ao defender sua estratégia

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Mocinho na TV. Mordaz no rádio. Na primeira semana de propaganda gratuita, o comando da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) reservará os lances mais picantes ao programa de rádio. Citada por Alckmin uma única vez na estréia da TV, a palavra mensalão rimará, no rádio, com decepção numa música especialmente criada para alfinetar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A música lembrará um dos casos mais ruidosos da crise política enfrentada pelo governo Lula: o do assessor petista flagrado com dólares na cueca.
Enquanto isso, na TV, o programa se dedicará à biografia do candidato, com cenas de sua trajetória política. A apresentação do candidato ocupará cerca de três minutos de programa. Nela, Alckmin será mostrado como o administrador eficiente e honesto, de origem simples.
Para defender essa estratégia, o coordenador de comunicação da campanha, Luiz Gonzalez, tem repetido a tucanos que, antes de prometer ou até criticar Lula, Alckmin precisa se credenciar com o eleitor.
"Não se pode prometer nada sem que as pessoas te conheçam. O roteiro é afirmativo: mostrar o candidato, demonstrar o que ele fez; de o candidato propor e convencer que é capaz de fazer aquilo que propôs. Mostrar o candidato aos brasileiros, que, na nossa opinião, não querem votar em Lula", diz o coordenador da campanha, senador Sérgio Guerra (PE).
O programa não se concentrará, nesse primeiro momento, nas mazelas do Brasil. Com um jingle em ritmo de forró, terá até um clipe com cenas do país. "Não vamos protestar, porque o voto de protesto não tem a nossa cara", diz Guerra.
Na estréia, Alckmin falará sobre crescimento econômico. A eficiência dessa fórmula será testada diariamente em pesquisas quantitativas e qualitativas. Munidos de uma espécie de controle remoto, grupos de eleitores avaliam cada momento do programa, movendo um botão segundo gradação de zero a dez. Serão cerca de sete grupos distribuídos pelo país. A estratégia poderá sofrer alteração -dando um tom mais agressivo à campanha- dez dias após o início do programa.


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