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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Alckmin iniciará ataques no rádio
Primeiros programas de TV servirão para apresentar candidato como administrador eficiente e honesto
"Não se pode prometer nada sem que as pessoas te conheçam", diz coordenador da campanha do tucano ao defender sua estratégia
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Mocinho na TV. Mordaz no
rádio. Na primeira semana de
propaganda gratuita, o comando da campanha de Geraldo
Alckmin (PSDB) reservará os
lances mais picantes ao programa de rádio. Citada por Alckmin uma única vez na estréia
da TV, a palavra mensalão rimará, no rádio, com decepção
numa música especialmente
criada para alfinetar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A música lembrará um dos
casos mais ruidosos da crise política enfrentada pelo governo
Lula: o do assessor petista flagrado com dólares na cueca.
Enquanto isso, na TV, o programa se dedicará à biografia
do candidato, com cenas de sua
trajetória política. A apresentação do candidato ocupará cerca
de três minutos de programa.
Nela, Alckmin será mostrado
como o administrador eficiente
e honesto, de origem simples.
Para defender essa estratégia, o coordenador de comunicação da campanha, Luiz Gonzalez, tem repetido a tucanos
que, antes de prometer ou até
criticar Lula, Alckmin precisa
se credenciar com o eleitor.
"Não se pode prometer nada
sem que as pessoas te conheçam. O roteiro é afirmativo:
mostrar o candidato, demonstrar o que ele fez; de o candidato propor e convencer que é capaz de fazer aquilo que propôs.
Mostrar o candidato aos brasileiros, que, na nossa opinião,
não querem votar em Lula", diz
o coordenador da campanha,
senador Sérgio Guerra (PE).
O programa não se concentrará, nesse primeiro momento, nas mazelas do Brasil. Com um jingle em ritmo de forró, terá até um clipe com cenas do
país. "Não vamos protestar,
porque o voto de protesto não
tem a nossa cara", diz Guerra.
Na estréia, Alckmin falará sobre crescimento econômico. A
eficiência dessa fórmula será
testada diariamente em pesquisas quantitativas e qualitativas. Munidos de uma espécie
de controle remoto, grupos de
eleitores avaliam cada momento do programa, movendo um
botão segundo gradação de zero a dez. Serão cerca de sete
grupos distribuídos pelo país. A
estratégia poderá sofrer alteração -dando um tom mais
agressivo à campanha- dez
dias após o início do programa.
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