São Paulo, domingo, 13 de agosto de 2006

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Dívida mineira até aumentou, dizem críticos

DO ENVIADO A BELO HORIZONTE

Em novembro de 2004, a SMPB, agência de Marcos Valério de Souza, que atendia ao governo de Minas, fez ampla campanha publicitária, para comemorar e divulgar o "déficit zero". O discurso oficial foi acolhido sem contestação pela imprensa.
O governo concentrou a publicidade no equilíbrio fiscal. Ou seja, aumentou as receitas sem elevar a carga tributária e conteve as despesas. Para os críticos, a campanha teria passado para o público a idéia de que, em apenas dois anos, a gestão Aécio Neves teria eliminado todas as dívidas, o que não ocorreu.
O balanço orçamentário, usado na propaganda, destaca que o governo Aécio obteve superávit de R$ 90,7 milhões em 2004. Na publicidade, não foi ressalvado que, no final de 2004, havia insuficiência de caixa de R$ 3,7 bilhões (R$ 2,9 bilhões em 2005), nem menção à dívida pública (que evoluiu de R$ 32,9 bilhões em 2002 para R$ 39,7 bilhões em 2005).
Fabrício Augusto de Oliveira, secretário adjunto da Fazenda do governo Itamar Franco (MG), diz que "continuam deficitárias as contas do Estado" e "irresolvido o problema de sua dívida, a qual tem se mantido numa trajetória de crescimento".
"Não passa de enganosa operação de marketing o déficit zero anunciado", sustentou, em artigo publicado na época, em jornal alternativo do Rio, o jornalista mineiro José Maria Rabêlo, vinculado ao PDT. Rabêlo apresentava um quadro diferente: "O Estado deve mais de R$ 60 bilhões, cerca de duas vezes e meia o total de sua receita anual". Segundo seus cálculos, eram R$ 40 bilhões da dívida com a União, R$ 13 bilhões com precatórios, R$ 8 bilhões de restos a pagar e R$ 2 bilhões com o IPSEMG, responsável pela assistência médica ao funcionalismo.


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