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Dívida mineira até aumentou, dizem críticos
DO ENVIADO A BELO HORIZONTE
Em novembro de 2004,
a SMPB, agência de Marcos Valério de Souza, que
atendia ao governo de Minas, fez ampla campanha
publicitária, para comemorar e divulgar o "déficit
zero". O discurso oficial foi
acolhido sem contestação
pela imprensa.
O governo concentrou a
publicidade no equilíbrio
fiscal. Ou seja, aumentou
as receitas sem elevar a
carga tributária e conteve
as despesas. Para os críticos, a campanha teria passado para o público a idéia
de que, em apenas dois
anos, a gestão Aécio Neves
teria eliminado todas as
dívidas, o que não ocorreu.
O balanço orçamentário, usado na propaganda,
destaca que o governo Aécio obteve superávit de R$
90,7 milhões em 2004. Na
publicidade, não foi ressalvado que, no final de 2004,
havia insuficiência de caixa de R$ 3,7 bilhões (R$
2,9 bilhões em 2005), nem
menção à dívida pública
(que evoluiu de R$ 32,9 bilhões em 2002 para R$
39,7 bilhões em 2005).
Fabrício Augusto de Oliveira, secretário adjunto
da Fazenda do governo
Itamar Franco (MG), diz
que "continuam deficitárias as contas do Estado" e
"irresolvido o problema de
sua dívida, a qual tem se
mantido numa trajetória
de crescimento".
"Não passa de enganosa
operação de marketing o
déficit zero anunciado",
sustentou, em artigo publicado na época, em jornal alternativo do Rio, o
jornalista mineiro José
Maria Rabêlo, vinculado
ao PDT. Rabêlo apresentava um quadro diferente:
"O Estado deve mais de R$
60 bilhões, cerca de duas
vezes e meia o total de sua
receita anual". Segundo
seus cálculos, eram R$ 40
bilhões da dívida com a
União, R$ 13 bilhões com
precatórios, R$ 8 bilhões
de restos a pagar e R$ 2 bilhões com o IPSEMG, responsável pela assistência
médica ao funcionalismo.
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