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ELEIÇÕES 2006 / ESTADOS
Patrimônio de Cabral aumentou 66,92%
Em quatro anos, bens do candidato ao governo do Rio favorito nas pesquisas passaram de R$ 388 mil para R$ 647 mil
Em lista entregue ao TRE consta casa em terreno de 5 mil m2 em condomínio de luxo em Mangaratiba com valor defasado de R$ 200 mil
SERGIO TORRES
ENVIADO ESPECIAL A MANGARATIBA (RJ)
Em quatro anos, o patrimônio do favorito nas pesquisas ao
governo do Estado do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), cresceu 66,92%, de acordo com as
duas últimas declarações de
bens apresentadas pelo político
ao TRE (Tribunal Regional
Eleitoral). A inflação entre
2002 e 2006, de acordo com o
INPC do IBGE, variou 38,14%.
Em 2002, quando candidatou-se ao Senado após três
mandatos como deputado estadual, Cabral Filho listou bens
que somam R$ 388.130,42.
Agora, seus bens estão avaliados em R$ 647.875,61, conforme informou ao tribunal.
Cabral Filho apresentou ao
TRE em 3 de julho deste ano
uma lista de bens e valores de
seu patrimônio.
Nela, uma casa de veraneio
no município de Mangaratiba
(a 70 km do Rio, na Costa Verde
fluminense) vale R$ 200 mil.
O preço do imóvel está defasado. Motivo de acusações dirigidas ao candidato em 1998 pelo então desafeto Marcello
Alencar, governador à época
pelo PSDB, a casa está instalada
em terreno de 5.050 metros
quadrados no condomínio Portobello, um dos mais seletos do
litoral do Rio. Segundo três corretores ouvidos na região pela
Folha, terrenos em outros locais chegam a R$ 200 mil. Mas
o imóvel de Cabral vale mais.
Não há irregularidade na declaração: a lei eleitoral autoriza
o candidato a informar a quantia gasta na compra.
De acordo com certidão emitida pelo cartório Cabral, em
Mangaratiba, Cabral Filho
comprou o terreno em maio de
1998 por R$ 100 mil.
Naquele ano, ele acusou o
então presidente da Assembléia Legislativa por enriquecimento ilícito.
O Ministério Público chegou
a abrir duas vezes investigações sobre o assunto. A última
delas foi em 2003, a pedido da
Associação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. A entidade era presidida
pelo procurador Marfan Vieira.
A investigação foi arquivada
em dezembro daquele ano pelo
Conselho Superior do Ministério Público.
À época, Cabral Filho recebia
salário de R$ 4.000. Ele disse
que complementara seus vencimentos com consultorias
prestadas na área de turismo,
onde atuara antes de eleger-se
deputado estadual.
Vieira é hoje o procurador-geral de Justiça, nomeado pela
governadora Rosinha Matheus
(PMDB), que, como o marido, o
ex-governador Anthony Garotinho, é aliada de Cabral Filho.
Procurado pela Folha, o procurador não quis falar sobre o
assunto. Sua assessoria informou apenas que ele está "impedido".
Colaborou RAPHAEL GOMIDE , da Sucursal do
Rio
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