|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Líder acusa "articulação
política" contra o MST
DA AGÊNCIA FOLHA
Integrante da direção nacional
do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Gilmar
Mauro acusou ontem o Tribunal
de Justiça de São Paulo de participar de uma "articulação política"
para criminalizar o movimento.
"Há uma articulação política
que envolve o doutor Atis [de
Araújo Oliveira, juiz de Teodoro
Sampaio], o latifúndio e, talvez,
com ramificações até no TJ", disse, antes de visitar Diolinda Alves
de Souza, mulher do líder dos
sem-terra José Rainha Jr., na cadeia feminina de Piquerobi, onde
está presa desde a última quarta-feira por formação de quadrilha.
Segundo Gilmar Mauro, a "articulação" teria como objetivo estigmatizar o movimento como
uma organização violenta.
Para tentar "reverter a situação", o advogado e deputado Luiz
Eduardo Greenhalgh (PT-SP),
que defende os líderes presos no
Pontal do Paranapanema, ingressou na semana passada com uma
reclamação no Superior Tribunal
de Justiça para impedir que o magistrado julgue as ações relacionadas ao movimento na região.
"Esse cidadão [juiz Oliveira]
não pode mais julgar casos do
MST, pois há uma nítida perseguição política", disse Greenhalgh. Em protesto, Mauro
anunciou a realização de uma
marcha no dia 19 em Presidente
Prudente, no Pontal, contra a prisão de sem-terra no país.
Segundo o MST, hoje há 26 lideranças do movimento presas em
todo o país. A marcha terá início a
3 km da entrada da cidade. Em fevereiro do ano passado, integrantes do MST, liderados por José
Rainha Jr., foram impedidos de
entrar em Presidente Prudente
pelo prefeito Agripino Lima
(PTB), que só liberou a pista após
determinação do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
A ouvidora agrária nacional
substituta, Maria de Oliveira, declarou ontem que está havendo
"uma decisão fechada no país de
combate aos trabalhadores rurais". Criada em 1999, a Ouvidoria
Agrária Nacional é o órgão do governo federal que tem o papel de
prevenir e diminuir os conflitos.
"Está havendo um processo de
sintonia de agressão e de decisões
[do Judiciário]. Querem apagar o
fogo colocando mais combustível. Há uma decisão fechada no
país de combate ao trabalhadores
rurais", afirmou.
(CRISTIANO MACHADO E EDUARDO SCOLESE)
Texto Anterior: UDR diz que processará Greenhalgh e Nilmário Próximo Texto: Outro lado: TJ nega que haja conotação política em decisão de juiz Índice
|