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AJUDA DE CUSTO
Projeto quer vetar dispositivo que permite cobrança de contribuição obrigatória de filiados pelos partidos políticos
PFL propõe acabar com o dízimo petista
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PFL quer acabar com a contribuição obrigatória cobrada pelo PT dos seus filiados que ocupam cargos na administração pública. Previsto no Estatuto do PT,
o dízimo contribui para reforçar o
caixa do partido com o preenchimento dos cargos de confiança do
governo por petistas.
O senador José Jorge (PFL-PE)
apresentou um projeto de lei na
Casa alterando o artigo 31 da Lei
Orgânica dos Partidos Políticos
(lei número 9.096, de 19 de setembro de 1995) para vedar, explicitamente, a cobrança de contribuição obrigatória dos filiados ocupantes de cargos de qualquer natureza na administração pública.
O Estatuto do PT, aprovado em
11 de março de 2001, estabelece
em seu artigo 170 que todo filiado
é obrigado a efetuar uma contribuição mínima anual ao partido,
obedecida uma tabela baseada no
seu rendimento mensal.
No caso da iniciativa privada,
para o petista que ganha acima de
três e até seis salários mínimos, o
valor do dízimo corresponde a
0,5% do salário líquido mensal. E
quem ganha acima de seis salários
mínimos tem de contribuir com
1% do salário líquido mensal.
Já os filiados ao partido ocupantes de cargos executivos ou parlamentares, de acordo com o artigo
171 do Estatuto do PT, têm de
contribuir mensalmente ao partido, com valores -previstos em
uma tabela progressiva- que variam de 2% a 10%.
Engordando o caixa
Só neste ano, por exemplo, os 21
ministros e seus assessores petistas farão contribuições partidárias obrigatórias que atingirão o
valor total de R$ 8 milhões ao partido. Senadores, deputados e assessores legislativos do PT doarão
R$ 4,326 milhões à legenda (leia
texto nesta página).
Neste ano, o orçamento do PT
nacional prevê arrecadação de R$
15,012 milhões em contribuições
partidárias obrigatórias de militantes que exercem cargos públicos, eleitos ou comissionados.
""A postura adotada pelo PT no
que tange à nomeação de militantes, simpatizantes ou aliados para
os cargos comissionados do serviço público atinge proporções de
escândalo", afirmou o senador José Jorge em seu projeto.
O governo nega que haja excesso de nomeações. Recentemente,
o ministro José Dirceu (Casa Civil) disse ter feito um levantamento da distribuição de cargos entre
aliados políticos entre os anos de
1995 e 1997 (gestão do PSDB) para
provar "quem loteou cargos" no
governo federal.
O ministro estava se referindo
ao governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
O pefelista diz que seu projeto
pretende combater o que considera ""abuso" por parte do PT: a
nomeação de servidores sem observar critérios técnicos, mas por
critérios políticos, ou seja, aumentar as finanças do partido.
Fisiologismo
O ministro José Dirceu também
negou que haja fisiologismo no
governo do presidente petista
Luiz Inácio Lula da Silva.
O senador considerou outro
""escândalo" o fato de o Estatuto
exigir, além da contribuição, que
o detentor do cargo autorize o departamento financeiro da fonte
pagadora a fornecer todas as informações ao partido, inclusive
cópias dos contracheques.
""É um partido político usando a
máquina pública em proveito
próprio. Uma forma transversa
de apropriar-se de recursos de toda a sociedade", disse José Jorge.
(RAQUEL ULHÔA)
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