São Paulo, segunda-feira, 13 de setembro de 2004

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GOVERNO

Presidente tenta ampliar base de sustentação no Senado para votações

Lula vai se reunir com aliados do PFL

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Como parte do esforço para romper a paralisia do Congresso e ampliar sua base de sustentação no Senado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva janta hoje com senadores da ala do PFL mais alinhada ao governo -no primeiro dia da última semana de "esforço concentrado" do Congresso antes das eleições municipais.
O ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política) também participa do encontro, na casa do ministro José Dirceu (Casa Civil).
Os senadores pefelistas Antonio Carlos Magalhães (BA) e Roseana Sarney (MA) são articuladores do encontro entre Lula e outros senadores pefelistas, como César Borges (BA) e Edison Lobão (MA).
"Não fomos informados dessa reunião. Primeiro, vamos ver se ela ocorrerá mesmo. Depois, quem vai participar. E, a partir daí, vamos ver o assunto que foi tratado na reunião. Vamos conversar. Trata-se de companheiros", disse o líder do PFL no Senado, José Agripino Maia, crítico do governo Lula.
Nos bastidores do Palácio do Planalto, estimula-se até a movimentação de setores do PFL alinhados ao governo para formar um novo partido.
A partir de amanhã, quando os trabalhos no Congresso se iniciam de fato, haverá 11 medidas provisórias trancando a pauta da Câmara e uma outra no Senado.
"Em primeiro lugar, vamos tentar votar as MPs, depois pensamos em projetos prioritários, com a Lei de Falências", disse o deputado Paulo Bernardo (PT-PR), presidente da Comissão Mista de Orçamento do Congresso.
Amanhã, em sessão do Congresso já convocada pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o governo espera aprovar o aditivo orçamentário que prevê o reajuste salarial de 10% aos militares.
No Senado, o governo quer votar os projetos de Lei da Informática e de Biossegurança -que regulamenta a pesquisa e a venda de transgênicos e as pesquisas com embriões humanos.
"Esse esforço concentrado do governo não será eficaz. Não houve negociação, e a pauta do Senado, se o governo conseguir, será destrancada só na quinta-feira", disse Agripino.
Para o senador Álvaro Dias, vice-líder do PSDB na Casa, os trabalhos deveriam ser concentrados na votação em segundo turno da reforma do Judiciário. "Ela está pronta para ser votada, com negociações mais fáceis."
O governo ainda busca um acordo sobre o projeto que cria as PPPs (Parcerias Público-Privadas). Assessores da Secretaria de Coordenação Política afirmam que a semana do esforço concentrado será importante para discutir o projeto -para votá-lo somente após as eleições.
Na última sexta-feira, Aldo conversou com o ministro Guido Mantega (Planejamento) e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), um dos maiores críticos do texto. Na semana passada, Mantega anunciou alterações na proposta, como a que prevê que as parcerias serão usadas na forma de serviços, com as empresas como concessionárias, e não apenas de realização de obras públicas.


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