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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
Participação especial
Aécio Neves, do alto de seus mais de 70% nas pesquisas, será o primeiro líder tucano a gravar depoimento para Geraldo Alckmin no horário eleitoral.
A decisão faz parte da crença, difundida no PSDB,
de que o crescimento de Alckmin em Minas pode levar a sucessão presidencial para o segundo turno.
Mais do que uma estratégia de campanha, a consolidação da dobradinha Aécio-Alckmin sinaliza uma nova correlação de forças no partido para o período pós-eleição. No outro pólo estão FHC e José Serra.
A escolha do governador mineiro como garoto-propaganda preferencial causou ciumeira no aliado PFL:
o candidato a vice, senador José Jorge (PE), não foi
convidado a gravar para o horário eleitoral até hoje.
Replay. Alckmin dedicará
um programa inteiro à Operação Tapa-Buracos, apontando
irregularidades nas obras. Para aliados, o tucano teve seu
melhor desempenho na TV
quando foi ao Maranhão mostrar estradas destruídas.
Sinergia. Ex-assessor da
Casa Civil e defensor da Matisse no caso das cartilhas do
governo supostamente distribuídas pelo PT, José Antônio
Toffoli é o principal advogado
da campanha de Lula.
Em ação. A movimentação
de FHC vai além de sua polêmica carta. O ex-presidente
fala em "refundação do
PSDB", e conversa com líderes como Fernando Gabeira
(PV) e Roberto Freire (PPS)
sobre o cenário pós-eleição.
Conjecturas. Em suas conversas, FHC diz temer que o
PMDB saia das urnas como "o
novo PRI", numa referência à
sigla que se manteve hegemônica no México por 70 anos.
O homem... Como já fez
em outras eleições, o matemático Oswald de Souza estuda para a Rede Globo uma fórmula que permita a todos os
candidatos perguntar e responder ao menos uma vez em
cada rodada do debate.
...que calculava. A Globo
quer dar aos participantes a
chance de fazer perguntas a
quem não aparecer. Como o
ausente não escolherá ninguém, um candidato ficaria
sem responder a cada rodada.
Dado esse complicador, talvez
não vingue a idéia de que os
faltosos sejam objeto tanto de
perguntas quanto de réplicas.
Novo alvo. Mendonça Filho (PFL) está convencido de
que Eduardo Campos (PSB)
tem mais chance de ir ao segundo turno em Pernambuco.
Decidiu concentrar esforços
para abater Humberto Costa
já, com medo do desembarque de Lula no Estado numa
disputa final com o petista.
Estoque. Para a aliança governista em Pernambuco,
Campos é menos identificado
com Lula. A ordem, agora, é
guardar munição contra o
candidato do PSB, como o caso dos precatórios do governo
Arraes, do qual foi secretário.
Todos contra um. Os
partidos de oposição no Piauí
entram nesta semana com representação no TRE pedindo
impugnação da candidatura
de Wellington Dias (PT) por
suposta concessão de ambulâncias para fins eleitoreiros.
Questão pessoal. ACM
colocou a máquina pefelista
da Bahia para trabalhar em favor de João Almeida, que tenta se reeleger deputado federal pelo PSDB. O objetivo do
senador é retirar oxigênio de
seu inimigo histórico Jutahy
Júnior, outro tucano que busca permanecer na Câmara.
Infantaria. O mensaleiro
José Borba (PMDB-PR), que
em 2005 renunciou ao mandato de deputado para não ser
cassado e neste ano teve a
candidatura impugnada pela
Justiça Eleitoral, quer eleger
sua ex-chefe de gabinete, Dra.
Sebastiana (PRTB-PR).
Abandono. Senadores do
Conselho de Ética consideraram sintomático o fato de nenhum dos caciques do PMDB,
nem mesmo o fiel escudeiro
Wellington Salgado, ter comparecido para prestar solidariedade a Ney Suassuna em
seu depoimento ontem.
Tiroteio
"A resposta do governo ao TCU sobre as
cartilhas do Lula foi dada com tanta pressa
que o PT esqueceu de combinar o álibi."
Do deputado federal GUSTAVO FRUET (PSDB-PR) sobre o fato de dirigentes petistas dizerem não ter recebido material de promoção do governo que o Planalto alega ter enviado às sedes regionais do partido.
Contraponto
Selvagem da motocicleta
Na sexta, Geraldo Alckmin embarcou às pressas para o
Maranhão a fim de gravar cenas para o horário eleitoral
na BR-316, cujos buracos haviam sido exibidos no "Jornal
Nacional". Como a viagem foi decidida de última hora,
quando a equipe do tucano chegou a Marassume, de helicóptero, não havia carro para levá-lo ao trecho da estrada.
O presidenciável então montou na garupa de um mototáxi para ir à cidade mais próxima alugar um carro.
Dois dias depois, em Brasília, o tucano gabava-se da
aventura em conversa com correligionários.
-Mas o senhor não teve medo?-, quis saber um deles.
-Que é isso! Minha carteira é A/B. Sou motoqueiro!
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