São Paulo, quarta-feira, 13 de setembro de 2006

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Painel

Renata Lo Prete - painel@uol.com.br

Participação especial

Aécio Neves, do alto de seus mais de 70% nas pesquisas, será o primeiro líder tucano a gravar depoimento para Geraldo Alckmin no horário eleitoral.
A decisão faz parte da crença, difundida no PSDB, de que o crescimento de Alckmin em Minas pode levar a sucessão presidencial para o segundo turno.
Mais do que uma estratégia de campanha, a consolidação da dobradinha Aécio-Alckmin sinaliza uma nova correlação de forças no partido para o período pós-eleição. No outro pólo estão FHC e José Serra.
A escolha do governador mineiro como garoto-propaganda preferencial causou ciumeira no aliado PFL: o candidato a vice, senador José Jorge (PE), não foi convidado a gravar para o horário eleitoral até hoje.

Replay. Alckmin dedicará um programa inteiro à Operação Tapa-Buracos, apontando irregularidades nas obras. Para aliados, o tucano teve seu melhor desempenho na TV quando foi ao Maranhão mostrar estradas destruídas.

Sinergia. Ex-assessor da Casa Civil e defensor da Matisse no caso das cartilhas do governo supostamente distribuídas pelo PT, José Antônio Toffoli é o principal advogado da campanha de Lula.

Em ação. A movimentação de FHC vai além de sua polêmica carta. O ex-presidente fala em "refundação do PSDB", e conversa com líderes como Fernando Gabeira (PV) e Roberto Freire (PPS) sobre o cenário pós-eleição.

Conjecturas. Em suas conversas, FHC diz temer que o PMDB saia das urnas como "o novo PRI", numa referência à sigla que se manteve hegemônica no México por 70 anos.

O homem... Como já fez em outras eleições, o matemático Oswald de Souza estuda para a Rede Globo uma fórmula que permita a todos os candidatos perguntar e responder ao menos uma vez em cada rodada do debate.

...que calculava. A Globo quer dar aos participantes a chance de fazer perguntas a quem não aparecer. Como o ausente não escolherá ninguém, um candidato ficaria sem responder a cada rodada. Dado esse complicador, talvez não vingue a idéia de que os faltosos sejam objeto tanto de perguntas quanto de réplicas.

Novo alvo. Mendonça Filho (PFL) está convencido de que Eduardo Campos (PSB) tem mais chance de ir ao segundo turno em Pernambuco. Decidiu concentrar esforços para abater Humberto Costa já, com medo do desembarque de Lula no Estado numa disputa final com o petista.

Estoque. Para a aliança governista em Pernambuco, Campos é menos identificado com Lula. A ordem, agora, é guardar munição contra o candidato do PSB, como o caso dos precatórios do governo Arraes, do qual foi secretário.

Todos contra um. Os partidos de oposição no Piauí entram nesta semana com representação no TRE pedindo impugnação da candidatura de Wellington Dias (PT) por suposta concessão de ambulâncias para fins eleitoreiros.

Questão pessoal. ACM colocou a máquina pefelista da Bahia para trabalhar em favor de João Almeida, que tenta se reeleger deputado federal pelo PSDB. O objetivo do senador é retirar oxigênio de seu inimigo histórico Jutahy Júnior, outro tucano que busca permanecer na Câmara.

Infantaria. O mensaleiro José Borba (PMDB-PR), que em 2005 renunciou ao mandato de deputado para não ser cassado e neste ano teve a candidatura impugnada pela Justiça Eleitoral, quer eleger sua ex-chefe de gabinete, Dra. Sebastiana (PRTB-PR).

Abandono. Senadores do Conselho de Ética consideraram sintomático o fato de nenhum dos caciques do PMDB, nem mesmo o fiel escudeiro Wellington Salgado, ter comparecido para prestar solidariedade a Ney Suassuna em seu depoimento ontem.

Tiroteio

"A resposta do governo ao TCU sobre as cartilhas do Lula foi dada com tanta pressa que o PT esqueceu de combinar o álibi."
Do deputado federal GUSTAVO FRUET (PSDB-PR) sobre o fato de dirigentes petistas dizerem não ter recebido material de promoção do governo que o Planalto alega ter enviado às sedes regionais do partido.

Contraponto

Selvagem da motocicleta

Na sexta, Geraldo Alckmin embarcou às pressas para o Maranhão a fim de gravar cenas para o horário eleitoral na BR-316, cujos buracos haviam sido exibidos no "Jornal Nacional". Como a viagem foi decidida de última hora, quando a equipe do tucano chegou a Marassume, de helicóptero, não havia carro para levá-lo ao trecho da estrada.
O presidenciável então montou na garupa de um mototáxi para ir à cidade mais próxima alugar um carro.
Dois dias depois, em Brasília, o tucano gabava-se da aventura em conversa com correligionários.
-Mas o senhor não teve medo?-, quis saber um deles.
-Que é isso! Minha carteira é A/B. Sou motoqueiro!


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