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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Alckmin contraria PSDB sobre previdência
Tucano diz que diferenças sociais impedem aumento de idade mínima de aposentadoria e contesta especialistas do partido
Para candidato, o grande problema da Previdência é a informalidade, que pode ser evitada com a desoneração da folha de pagamento
Xando P./Agência A Tarde
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Eleitor se recusa a aceitar santinho de Geraldo Alckmin, entregue pela mulher do tucano, Lu Alckmin, em caminhada em Salvador |
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, descartou ontem a necessidade de
se tocar num dos temas mais
impopulares na discussão do
rombo da Previdência: a idade
mínima para a aposentadoria
do trabalhador.
Segundo Alckmin, para contenção do déficit, "o caminho
não é o aumento de idade mínima". "Porque temos um Brasil
muito diferente", disse.
Contrariando a opinião de
especialistas do partido -inclusive os técnicos que elaboraram seu plano de governo-,
Alckmin disse que "não é possível ter uma linha de corte [para
fixação de expectativa de vida
no país]". Ainda segundo o candidato, hoje, "o grande problema da Previdência é a informalidade". Por isso, a desoneração
da folha de pagamento seria
uma medida eficiente para
combatê-lo.
"Se a metade dos trabalhadores estivesse contribuindo, não
teríamos problema de caixa",
disse ele ao falar à Força Sindical. Alckmin voltou a pregar a
redução da carga tributária no
país. O candidato também já
prometeu o aumento da faixa
de isenção do Imposto de Renda para R$ 2.000.
Hoje não existe idade mínima para o setor privado. A necessidade da reforma da Previdência está no texto enviado a
Alckmin pela equipe que elaborou seu programa de governo.
Ela é um dos pilares do discurso de especialistas como Raul
Velloso, com quem Alckmin
conversava antes de ser escolhido candidato do PSDB. Para
Velloso, é "uma vergonha" que
o Brasil seja um dos únicos países do mundo sem exigência de
idade mínima para aposentadoria do INSS. "Como o déficit
é muito grande (cerca de 2% do
PIB), as soluções terão de vir de
todas as frentes. Uma delas
-bastante importante- é a introdução da idade mínima."
No setor público, sugere, no
momento, o ideal é modificar o
modelo de cálculo do benefício.
Só futuramente seria fixada
uma nova idade mínima para a
aposentadoria do servidor.
Mas, em recente palestra, o
ex-secretário Yoshiaki Nakano,
um dos interlocutores de Alckmin, disse que o envio de uma
proposta de reforma dependeria da capacidade de sua aprovação no Congresso.
Más companhias
Ontem, Alckmin voltou a
acusar o governo Lula de corrupção. Disse que "a primeira
coisa [a ser feita] é espantar a
roubalheira de Brasília. Pôr para correr o pessoal da roubalheira".Segundo Alckmin, "nós
conhecemos os políticos". "Você sabe a turma séria e a picaretagem. É preciso governar com
os sérios. Não dá para escolher,
no mundo político, governar
com mensaleiro, governar com
sanguessuga", atacou.
Mais uma vez, ele disse que
"as más companhias em política são desastrosas". "Quem é
má companhia?", perguntou.
"Newton Cardoso, Jader Barbalho, Ney Suassuna. Onde vai
parar isso aí?", perguntou.
Alckmin afirmou ficar admirado de "um candidato que disse que ia criar 10 milhões de
empregos não ter feito nada pela agenda de crescimento".
Alckmin afirmou que a política
econômica "é o maior programa de concentração de renda
história". "Está dando dinheiro
para quem já tem dinheiro. Desestimula pôr dinheiro na atividade produtiva, melhor arrolar
dívida do dinheiro do governo",
afirmou o tucano.
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