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comentário
Há algo muito podre no reino, diz resultado
FERNANDO DE BARROS E SILVA
EDITOR DE BRASIL
E Lula -por ironia ou destino- encontrava-se ontem
no lugar certo: a Dinamarca.
Conversava com a rainha
quando um mensageiro lhe
trouxe a boa nova de além
mar: o companheiro Renan
fora absolvido. Nada disse.
Digamos por ele: há algo podre no reino da Dinamarca!
A presença do presidente
brasileiro naquele país é a
homenagem involuntária
que seu governo presta à célebre frase de Shakespeare
diante do escárnio patrocinado pelo Senado.
Não se deve, é certo, atribuir o resultado apenas à
ação diligente do Planalto sobre seus asseclas no Parlamento. A oposição fez sua
parte para a consecução da
infâmia. Compadrio, ranços
patriarcais, chantagens -os
ingredientes são conhecidos.
Mas a ruína moral do PT é
única -um caso à parte.
Ser ou não ser? Na dúvida,
o senador Mercadante optou
pela abstenção. É coerente.
Havia se ausentado há um
ano, quando seu assessor foi
flagrado entre os "aloprados"
com uma montanha de dinheiro ilícito na eleição de
2006. Como agora, nosso
Shakespeare da economia
nada sabia -eis a questão.
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