São Paulo, sábado, 13 de setembro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Conta do gás

O plano emergencial do governo para a crise do gás boliviano pode resultar numa cifra salgada, pelas contas de Edison Lobão. "Se tivermos de colocar diesel nas termoelétricas, no lugar do gás, a energia ficará cinco vezes mais cara", diz o ministro de Minas e Energia. Nesse caso, segundo ele, há duas opções: o governo bancar a "equalização do preço" ou repassar o custo para o consumidor. "Não há decisão ainda." Uma idéia para amenizar eventual desabastecimento é redirecionar gás do Espírito Santo para São Paulo.
Lobão afirma que, por enquanto, os técnicos da Petrobras continuarão no país vizinho, embora já esteja pronto um plano retirar de lá suas famílias.



Escalada. Na conversa que teve quinta com Lula, Evo Morales falou em: a) dialogar; b) colocar os movimentos sociais na rua para defendê-lo; c) usar as Forças Armadas.

Franciscanos. Em resposta às novas pesquisas sobre a sucessão paulistana, os funcionários do comitê reeleitoral de Gilberto Kassab (DEM) ganharam um par de chinelos cada um. Trata-se de provocação alusiva às "sandálias da humildade", desde sempre mencionadas pelo adversário Geraldo Alckmin (PSDB).

Orquestra. Diante da "mãozinha" dada a Kassab por vários dos participantes do debate da Band, na noite de quinta-feira, os petistas presentes no estúdio da emissora manifestavam uma preocupação maior: saber se tais parcerias vão se reproduzir no horário eleitoral gratuito.

Molejo. Ao chegar ao estúdio da Band, Kassab foi surpreendido pela equipe do programa humorístico "CQC". O repórter lhe perguntou se ele sabe "dançar como o Kassabinho", boneco que anima sua propaganda de televisão. O prefeito ruborizou.

Detalhes. Em seu programa de TV, Patricia Saboya (PDT) atacou o show de Roberto Carlos contratado pela prefeita Luizianne Lins (PT) para o aniversário de Fortaleza, em abril, a um custo de R$ 2,5 milhões. "Daria para construir 15 postos de saúde", protestou a senadora.

Quem manda. Horas antes da reunião dos governadores da Amazônia com Lula, na quarta, Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) propôs ao grupo a criação de uma agência reguladora para as terras da região, tirando poderes do Incra. Disse ter o aval do Planalto. Mas pouco depois, quando estavam todos com Dilma Rousseff, a ministra descartou a idéia -que ainda acabou batizada como "imobiliária amazônica".

Mandamentos. A CPI dos Grampos vai propor a criação de um "Código de Interceptação Telefônica". Ele estabeleceria que todos os equipamentos de escuta devem ser registrados pela Anatel, além de criar normas para esse comércio. "Hoje, é legal até vender uma maleta para o PCC", diz o presidente da comissão, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ).

Vale tudo. Enviada pelas teles à Câmara, a relação dos grampos autorizados no país em 2007 mostra aberrações. Há escutas determinadas por varas cíveis e de família. E até uma pedida pela Polícia Rodoviária de Minas Gerais.

Peneira. Marco Maciel (DEM-PE) considera a redução do número de partidos essencial ao sucesso de uma reforma política: "Se considerarmos os países que alcançaram a estabilidade institucional, veremos que ainda temos muito a avançar. Já tivemos 78 partidos. Hoje temos 27. A Itália tem 7", diz o senador.

Visita à Folha. Miguel Jorge, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava com Juliana Ribeiro, chefe da assessoria de Comunicação Social.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"O PSDB virou esquizofrênico. Seu líder maior, FHC, propôs que o partido apoiasse o Kassab e agora prega punição aos dissidentes."

Do deputado estadual SIMÃO PEDRO (PT-SP), sobre a declaração do ex-presidente de que o PSDB e Alckmin devem ir "para o ataque".

Contraponto

Questão de etiqueta

Durante visita a uma escola pública em Curitiba, Gustavo Fruet (PSDB-PR) foi chamado de "você" por um adolescente, prontamente repreendido por um professor.
-Chame o deputado de senhor!
-Na verdade, é excelência-, corrigiu Fruet.
Constrangido, o professor pediu mil desculpas ao visitante. Este tratou logo de esclarecer que estava brincando, e a classe caiu na gargalhada.
Dias depois, os dois voltaram a se encontrar.
-O mico foi o de menos. Pior é que agora a escola inteira só me chama de excelência-, desabafou o professor.


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